navegador português, natural de Lagos e escudeiro de D. Henrique, que dobrou o Cabo Bojador, em 1434.
A navegação na nebulosa zona do Cabo Bojador, repleta de recifes, era perigosa e difícil. O cronista Gomes Eanes de Zurara descreve o cabo na Crónica dos Feitos da Guiné , da seguinte forma: “o mar é tão baixo que a uma légua de terra não há de fundo mais do que uma braça. As correntes são tamanhas que navio que lá passe jamais poderá tornar”. Foram feitas inúmeras tentativas até ao sucesso de Eanes, que, na sua primeira viagem, falhou os objectivos de dobrar o cabo. No entanto, quando da segunda tentativa, como informa Zurara: “Daquela viagem, menosprezando todo o perigo, dobrou o cabo a além, onde achou as cousas muito pelo contrário do que ele e os outros até ali presumiam”, vitória essa cantada também por Camões em Os Lusíadas, pois permitiu a continuação da exploração da costa africana e a expansão para a Ásia. Em 1435, Eanes fez uma nova viagem para Sul, com Afonso Gonçalves Baldaia, até Angra dos Ruivos ou dos Cavalos. Em 1444-1845 acompanhou Lançarote de Lagos na expedição às ilhas de Tíder e Naar. Em 1445 chega ao Cabo Verde, na costa africana.
Bibliografia
Albuquerque, Luís, Gil Eanes, O Cabo Bojador, Lisboa, Academia de Marinha, 1987.
Rogério Miguel Puga