O soldado, geógrafo e governador António Galvão parte, em Janeiro de 1522, para a Índia, regressa a Portugal em 1524, e dois anos depois, tal como em 1533, depois volta à Índia, onde participa em campanhas militares. Em 1535, enquanto capitão-mor da praça de Cochim, impede que os Mogores ataquem Baçaim. Em 1536 António Galvão torna-se capitão-mor e governador das Molucas (Ternate) e aí, durante a estada de três anos, apoia fortemente a missionação; daí o epíteto ‘apóstolo das Molucas’. Encontra um território decadente e negligenciado pelos seus antecessores. Em 1540 regressa a Portugal endividado, doente e debilitado fisicamente, permanecendo num hospital em Lisboa até falecer. Galvão redigiu o Tratado dos Descobrimentos, terminados em 1550 e publicado, por Francisco de Sousa Tavares, em 1563. O tratado descreve as experiências do autor na Ásia, e recolhe viagens e descobertas feitas até então (com Hakluyt e Purchas viriam a fazer na Inglaterra, mais tarde, publicando, aliás, traduzida, a obra de Galvão), bem como lendas, entre outras informações (nem sempre fidedignas) que recolheu sobre as faunas e floras asiáticas, a navegação nessa parte do globo terrestre e costumes de várias comunidades, referindo a possibilidade da abertura de um canal na América central que ligasse o Pacífico ao Atlântico. O autor redigiu também a História das Molucas, da Natureza e Descobrimento Daquelas Terras, que nunca cegou a ser publicada.
Bibliografia:
Florbela Cristina Veiga Frade, “A Presença Portuguesa nas Ilhas de Maluco: (1511-1605)”, diss. Mestrado, Universidade de Lisboa, 1999.
Rogério Miguel Puga