Viagens na Andaluzia: Indicações Úteis (1893), de A. Eduardo de Moura, descreve uma viagem pelo espaço anunciado no título e apresenta o modelo de viajante que o português deveria seguir: “É o inglez o verdadeiro typo do viajante que devemos imitar. O inglez não viaja para figurar, porque seria isso rematada loucura; viaja para se instruir e deleitar; e viajando muito, gasta pouco relativamente. Sem deixar de se servir dos meios de transporte mais seguros e commodos, e de ficar em hotéis de primeira ordem, vemo-lo discutir verba por verba a conta do hotel, e ajustar os preços dos inculcadores oficiosos, dos cicerones e dos moços de fretes, que tanto abundam nas grandes cidades e que só têm em mira explorar o estrangeiro ingenuo (…) limitando a sua bagagem ao absolutamenteindispensável (…), umas boas botas, um fato bom na mala, accommodado à estação e, quando muito, outro no corpo, um chapeu de feltro, três ou quatro camisas e ceroulas, alguns collarinhos, pares de meias e lenços, umas escovas e sabonetes, um sobretudo na manta de abafar e os indispensáveis guia de viajante e horário do caminho de ferro constituem a bagagem do viajante (…) Basta que saiba alguma cousa de língua franceza. (…) Tem muitos encantos um bom companheiro de viagem.” (33-35).
Bibliografia: A. Eduardo de Moura (1893), Viagens na Andaluzia: Indicações Úteis, Coimbra, Imprensa da Universidade.
Rogério Miguel Puga