Navegador português que, com Tristão Vaz Teixeira*, reconheceu, em 1418, a ilha de Porto Santo e, no ano seguinte, a ilha da Madeira, tendo sido nomeado pelo Infante D. Henrique para povoar e administrar a ilha da Madeira, a partir de cerca de 1425. Pouco se sabe sobre a fase inicial da sua vida. Talvez tenha participado na conquista de Ceuta (1415) antes de o Infante D. Henrique o escolher para povoar o arquipélago da Madeira, que já conhecido desde meados do século XIV. Presume-se que os dois navegadores terão sido arrastados para a ilha de Porto Santo durante uma viagem de exploração à costa da África, tendo atingido a Guiné. Em Portugal, Zarco e Teixeira persuadiram D. Henrique das vantagens de colonizar a Madeira, onde regressam acompanhados de Bartolomeu Perestrelo, levando cereais e coelhos. Zarco participou no cerco de Tânger, onde foi armado cavaleiro, em 1437. Em 1460, D. Afonso V atribui armas e o apelido de família Câmara de Lobos a João Gonçalves Zarco (daí em diante João Gonçalves de Câmara). Casou-se com Constança Rodrigues, e, tendo falecido em idade avançada, foi sepultado no Funchal, na Capela de Nossa Senhora da Conceição, que mandara edificar em 1430 e que foi demolido em 1768.
Rogério Miguel Puga