Pragas nos Periódicos

BLACK-ROT

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Título

BLACK-ROT

Criador

S/ autor

Fonte

O Jornal de Cantanhede, n.º 414, pág. 2, col. 2

Data

22-05-1897

Colaborador

Pedro Barros

Text Item Type Metadata

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Temos seguido com todo o interesse a campanha enérgica movida em França contra o black rot da vinha, no empenho de encontrar observações que nos vão elucidando e preparando para a provável invasão desta doença nos nossos vinhedos. Um dos trabalhos mais recentes sobre o assunto é um relatório do Sr. J. Perraud, professor de agricultura e viticultura, acerca das experiencias que em 1895 realizou numa vinha que, pela sua posição, parece reunir as condições mais favoráveis ao desenvolvimento desta fitonose. Nessa vinha, situada em local fundo e imundo, estava o foco mais intenso de black-rot, que aquele professor encontrou na região de Gleizé. Metade da colheita fora destruída por esta doença, a despeito de duas sulfatagens executadas no propósito de combater o míldio. As conclusões do relatório a que aludimos, embora não acrescentem muito ao que a Gazeta das Aldeias já tem informado sobre este importante assunto, são todavia dignas de ler-se, especialmente pela autoridade do professor que procedeu aos estudos. Ei-las em resumo:
1.º é certa a eficácia da calda bordelesa e do verdete contra o black rot
2.° As soluções que deram melhores resultados são: 1.° a calda bordelesa, encerrando 3 quilogramas de sulfato de cobre, e 1 1/2 quilo de cal para 100 litros de água; 2.º o verdete na proporção de 1 1/2 quilo para 400 litros de água.
Estas soluções deram resultados iguais sob o ponto de vista da preservação das uvas.
No entanto as vinhas tratadas pela calda apresentavam a folhagem mais verde e melhor aspecto do que as tratadas pelo verdete.
3.° Nestas experiências que foram efectuadas em condições que representavam o mínimo de vantagens que podem reunir-se naquela região, obteve-se com quatro tratamentos desta natureza e nas épocas indicadas uma preservação que pode considerar-se perfeita.
4.° Essas épocas são as seguintes:
Primeiro tratamento — quando os pâmpanos têm 10 a 15 centímetros.
Segundo — imediatamente antes do abrir da flor.
Terceiro — logo depois do abrir da flor,
Quarto—em meados de Julho.
5.º para realizar todas as vantagens que os tratamentos cúpricos oferecem, é preciso aplica-los de modo que todos os órgãos verdes da vinha, inclusive os cachos, fiquem por assim dizer cobertos de cobre.
6.º As pulverizações do enxofre puro ou do enxofre misturado com verdete não produziram, nestas experiências, algum efeito contra o black-rot.

Ficheiros

Citação

S/ autor, “BLACK-ROT ”. In O Jornal de Cantanhede, n.º 414, pág. 2, col. 2 , 22-05-1897. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 17 de Julho de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/1140.

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