Sapo
Dublin Core
Título
Sapo
Criador
ANTÓNIO BATALHA REIS
Fonte
O Jornal de Cantanhede, n.º 1043, pág. 3, col. 1
Data
12-06-1909
Colaborador
Pedro Barros
Text Item Type Metadata
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O sapo é um animal de aparência muito repugnante e, por isso, tem sido sempre vítima das maiores, tiranias. Com ele não se limita ninguém a conceder-lhe simplesmente uma morte imediata. É costume espetá-lo numa cana ou num pau e deixá-lo assim a agonizar e a dissecar-se pela acção viva do sol. Pois estas selvagerias, impróprias do homem, para qualquer animal, por mais nocivo que ele seja, são de uma injustiça revoltante para com o sapo, ao qual a agricultura deve imensos benefícios e proveitos. E, tanto isto é velho e conhecido nos países civilizados, que há muitos anos que a Inglaterra recebe avultado número de sapos de todo o mundo, para com eles defender muitas das suas colheitas agrícolas. O sapo, de noite, coloca-se à espera, perto das plantas, e surpreendendo, com a sua língua estendida, os insectos coleópteros que passam perto delas. Como sabem, os coleópteros são os insectos que têm as asas sobrepostas, como o besouro, escaravelho, o gorgulho, etc. O sapo é o melhor meio de destruir os othoryncos e outros insectos, que, por vezes, prejudicam muito as vinhas. Mr. Elouget, que se tem ocupado muito da utilidade dos sapos na agricultura, encontrou 30 insectos no estômago de um sapo, depois de uma hora apenas de caçada. Deduz-se, pois, do exposto, que se deve deixar tranquilo o sapo, para que ele se possa multiplicar e favorecer as colheitas agrícolas.
Lisboa
ANTÓNIO BATALHA REIS.
(Do Lavrador)
Lisboa
ANTÓNIO BATALHA REIS.
(Do Lavrador)
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Colecção
Citação
ANTÓNIO BATALHA REIS, “Sapo”. In O Jornal de Cantanhede, n.º 1043, pág. 3, col. 1 , 12-06-1909. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 27 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/1166.