Pragas nos Periódicos

Crónica Agrícola

Dublin Core

Título

Crónica Agrícola

Fonte

O Fayalense, nº11, p.2

Data

09-10-1859

Colaborador

Ana Isabel Queiroz

Text Item Type Metadata

Text

A lágrima continua a perseguir as laranjeiras e principalmente os limoeiros, a ponto de destruí-los. As laranjeiras salvam-se, havendo vigilância e percorrendo-as mensalmente, como tem feito o sr. Terra na sua grande quinta, e as laranjeiras estão muito bonitas, como há pouco observei, visitando aquela propriedade cultivada com muito gosto. Apenas aparece a lágrima e logo, posto a ferida no são e a laranjeira continua a sua vegetação normal. [J.J. d’Azevedo Jr]
Como estou convencido que a lágrima é devida à acidez do terreno, que é impossível deixar de havê-la onde se encontram constantemente as parasitas criptogâmicas no tronco das árvores e no solo debaixo delas, e como os alcalis neutralizam a acidez é provável que se consiga um óptimo resultado misturando no terreno debaixo da laranjeira a cinza da madeira, e sempre que possa ser a de árvores de espinho. Vou fazer a experiência nos limoeiros por serem das árvores de espinho, as que mais sofrem com a lágrima, também pretendo no principio da primavera e verão dar-lhe golpes alternados na casca até à altura de meio metro acima do solo, para facilitar a saída da seiva e ver se assim deixa de formar-se a úlcera originada até então pela seiva acumulada debaixo da casca até esta gretar.
A lágrima pode também ser originada de contusões praticadas na casca no acto da transplantação, ou mesmo depois por qualquer instrumento agrícola; pode também provir da aplicação no solo de estrumes em fermentação ou não curtidos, na expressão vulgar.
Na quinta do Sr. Manuel José Bettencourt encontrei a lágrima num limoeiro enxertado em laranjeira abaixo duma fenda originada pelo peso de um grande número de limões que ele continha; estou convencido que se a fenda fosse preservada do contacto do ar, não se manifestaria a lágrima.

Ficheiros

Colecção

Etiquetas

Citação

“Crónica Agrícola”. In O Fayalense, nº11, p.2, 09-10-1859. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 30 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/12.

Geolocalização