ASSUNTOS AGRÍCOLAS
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Título
ASSUNTOS AGRÍCOLAS
Criador
João Policarpo Freire de Campos
Fonte
Damião de Goes, 10º Ano, nº 498, p. 2.
Data
14-07-1895
Colaborador
Leonardo Aboim Pires
Text Item Type Metadata
Text
Começamos hoje a publicar, nesta secção, um artigo do nosso prezado amigo e distinto colaborador, João Policarpo Freire de Campos, subdiretor da Coudelaria Nacional. É importante o assunto, que o nosso amigo trata com a competência de que tem dado sobejas provas nos inúmeros escritos publicados nos mais importantes jornais agrícolas […] Segue o artigo, pelo qual enviamos ao nossos ilustre colaborador os nossos sinceros agradecimentos.
DOENÇAS DA VINHA E SEU TRATAMENTO
MÍLDIO – esta doença, devida a um cogumelo, Peronospora vitícola, ataca toda a parte aérea da cepa e principalmente a folha. O melhor tratamento é o da calda bordalesa, segundo as fórmulas de M. Milladert.
1ª fórmula
Sulfato de cobre – 3k,000
Cal viva – 1k, 500
Água – 105 litros
2ª fórmula
Sulfato de cobre – 2k,000
Cal viva – 1k,000
Água – 105 litros
Esta 2ª fórmula é a mais empregada. Prepara-se do seguinte modo:
Dissolve-se o sulfato em 100 litros de água, pouco mais ou menos, em uma tina de madeira ou qualquer outro recipiente que não seja de metal, e separadamente, no resto da água, dissolve-se a cal. Feitas as dissoluções misturam-se deitando a cal, depois de fria, e a pouco e pouco, na de sulfato de cobre, tendo o cuidado de ir mexendo muito bem com um pau.
Para se conhecer se a solução está perfeita, isto é, se não tem sulfato de cal a mais, toma-se uma tira de papel de Tournesol, que se mergulha na calda; se o papel se faz azul, é porque a solução tem cal de mais, se vermelho, é porque há excesso de cobre, e não mudará de cor se as proporções estiveram bem estabelecidas.
Convém que a calda se prepare com uns dias de antecipação, para termos a certeza de que o cobre fica bem dissolvido. Também é conveniente termos a certeza de que o sulfato de cobre é perfeitamente puro, porque da sua pureza depende os seus bons efeitos.
[…]
A calda deve ser aplicada à vinha, duas a três vezes, por meio de pulverizadores, na dose de 200 litros por hectare, quando a vegetação está ainda pouco desenvolvida, e na de 300, 400 e 500 litros, conforme a sua vestimenta.
Outras muitas receitas de líquidos cúpricos poderia citar para o tratamento da fitonose, mas não o fazemos por não serem preferíveis à calda bordalesa.
Cumpre-se também informar o leitor, que este tratamento não comunica às uvas nem ao vinho nenhum princípio que prejudique a saúde pública.
Há quem empregue os pós cúpricos, para combater o mal em questão, mas a calda bordalesa é ainda a preferida.
Costumam muitos vinhateiros, depois da aplicação da calda (que é feita pela primeira vez, sob o título de preventiva, depois dos primeiros rebentos ou pâmpanos da vinha terem 10 a 15 centímetros de comprido), e quando a vinha é ao mesmo tempo atacada de oídio, usar, com vantagem, a fórmula de enxofre cúprico de Estácio. (Continua)
DOENÇAS DA VINHA E SEU TRATAMENTO
MÍLDIO – esta doença, devida a um cogumelo, Peronospora vitícola, ataca toda a parte aérea da cepa e principalmente a folha. O melhor tratamento é o da calda bordalesa, segundo as fórmulas de M. Milladert.
1ª fórmula
Sulfato de cobre – 3k,000
Cal viva – 1k, 500
Água – 105 litros
2ª fórmula
Sulfato de cobre – 2k,000
Cal viva – 1k,000
Água – 105 litros
Esta 2ª fórmula é a mais empregada. Prepara-se do seguinte modo:
Dissolve-se o sulfato em 100 litros de água, pouco mais ou menos, em uma tina de madeira ou qualquer outro recipiente que não seja de metal, e separadamente, no resto da água, dissolve-se a cal. Feitas as dissoluções misturam-se deitando a cal, depois de fria, e a pouco e pouco, na de sulfato de cobre, tendo o cuidado de ir mexendo muito bem com um pau.
Para se conhecer se a solução está perfeita, isto é, se não tem sulfato de cal a mais, toma-se uma tira de papel de Tournesol, que se mergulha na calda; se o papel se faz azul, é porque a solução tem cal de mais, se vermelho, é porque há excesso de cobre, e não mudará de cor se as proporções estiveram bem estabelecidas.
Convém que a calda se prepare com uns dias de antecipação, para termos a certeza de que o cobre fica bem dissolvido. Também é conveniente termos a certeza de que o sulfato de cobre é perfeitamente puro, porque da sua pureza depende os seus bons efeitos.
[…]
A calda deve ser aplicada à vinha, duas a três vezes, por meio de pulverizadores, na dose de 200 litros por hectare, quando a vegetação está ainda pouco desenvolvida, e na de 300, 400 e 500 litros, conforme a sua vestimenta.
Outras muitas receitas de líquidos cúpricos poderia citar para o tratamento da fitonose, mas não o fazemos por não serem preferíveis à calda bordalesa.
Cumpre-se também informar o leitor, que este tratamento não comunica às uvas nem ao vinho nenhum princípio que prejudique a saúde pública.
Há quem empregue os pós cúpricos, para combater o mal em questão, mas a calda bordalesa é ainda a preferida.
Costumam muitos vinhateiros, depois da aplicação da calda (que é feita pela primeira vez, sob o título de preventiva, depois dos primeiros rebentos ou pâmpanos da vinha terem 10 a 15 centímetros de comprido), e quando a vinha é ao mesmo tempo atacada de oídio, usar, com vantagem, a fórmula de enxofre cúprico de Estácio. (Continua)
Ficheiros
Colecção
Citação
João Policarpo Freire de Campos, “ASSUNTOS AGRÍCOLAS”. In Damião de Goes, 10º Ano, nº 498, p. 2., 14-07-1895. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 27 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/1203.