ASSUNTOS AGRÍCOLAS
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Título
ASSUNTOS AGRÍCOLAS
Criador
S/autor
Fonte
Damião de Goes, 13º Ano, nº 642, p. 2.
Data
17-04-1898
Colaborador
Leonardo Aboim Pires
Text Item Type Metadata
Text
A supressão do enxofre contra o oídio
Segundo lemos em alguns jornais agrícolas franceses, é objeto de estudo a experiência em França a forma de empregar num só tratamento todos os remédios contra as doenças criptogâmicas cuja invasão nos vinhedos tem sido sucessiva e persistente.
Sobre este assunto depara-se-nos um artigo do Boletim do Sindicato Nacional, sob o título que nos serve de epígrafe e do qual extratamos alguns períodos.
Chamamos a atenção dos viticultores para este assunto, convidando-os a um prudente ensaio que, a dar resultado, será uma importantíssima economia das despesas com a viticultura.
Diz o referido jornal:
Depois que o míldio e o black-rot têm aparecido, as vinhas são forçada a aumentar também a conta da despesa, na qual entra a sulfatagem com a calda ou os verdetes que constituem um pesado encargo, apesar deste trabalho, sendo os aparelhos conduzidos por muar, se fazer rapidamente, regulando de 5 a 6 hectares por dia.
Além da enxofração, o trabalho de sulfatagem, segundo os cálculos de M. A. Marés, custa 55 fr. por hectare com 3 operações – por aqui se pode calcular a importante economia que se conseguia fazendo os tratamentos a um tempo, sobretudo podendo-se empregar o enxofre das montanhas de pirites em lugar do da Sicília que custa muito caro.
No sentido de chegar a um bom resultado, Mr. E. Bichou compôs um produto que contém, juntamente, o cobre sobre a forma quási completamente solúvel como o do verdete, que permita à calda obtida obrar instantaneamente, bem superior à calda bordalesa, e o enxofre sob a forma de sulfite e sulfureto, cujas emanações produzem o ácido sulfuroso e impregnam logo a folha de sulfite antissético.
Desta forma, empregando-se ao mesmo tempo a sulfatagem e enxofração, resulta de uma economia de 45 fr. por hectare e compraríamos o enxofre muito mais barato. […]
De resto, nenhum risco há em experimentar. Sobre o ponto de vista da cura do míldio e do black-rot, contém 300 gramas por hectolitro de cobre solúvel quási completamente; os seus efeitos são certos. Contra o oídio, os incrédulos sabem que quando ele aparece é ainda tempo de o combater pela enxofração.
No caso de, apesar do tratamento comum, a vinha ser acometida do oídio, suspende-se o tratamento e lança-se mão do enxofre; mas pelas experiências já feitas está constatada a ação dos sulfuretos contra o oídio e, como o produto contem os sulfites e sulfuretos no estado de divisão extrema, não há necessidade de recorrer à enxofração.
Será necessário o tratamento uma só vez sobre a uva antes da maturação, nas vinhas cuja frondagem impeça pulverizar os cachos quando se operar com os aparelhos conduzido sobre muar.
É pois importantíssimo para a viticultura o bom resultado da experiência pois daí resulta uma economia de 45 fr. por hectare.
Segundo lemos em alguns jornais agrícolas franceses, é objeto de estudo a experiência em França a forma de empregar num só tratamento todos os remédios contra as doenças criptogâmicas cuja invasão nos vinhedos tem sido sucessiva e persistente.
Sobre este assunto depara-se-nos um artigo do Boletim do Sindicato Nacional, sob o título que nos serve de epígrafe e do qual extratamos alguns períodos.
Chamamos a atenção dos viticultores para este assunto, convidando-os a um prudente ensaio que, a dar resultado, será uma importantíssima economia das despesas com a viticultura.
Diz o referido jornal:
Depois que o míldio e o black-rot têm aparecido, as vinhas são forçada a aumentar também a conta da despesa, na qual entra a sulfatagem com a calda ou os verdetes que constituem um pesado encargo, apesar deste trabalho, sendo os aparelhos conduzidos por muar, se fazer rapidamente, regulando de 5 a 6 hectares por dia.
Além da enxofração, o trabalho de sulfatagem, segundo os cálculos de M. A. Marés, custa 55 fr. por hectare com 3 operações – por aqui se pode calcular a importante economia que se conseguia fazendo os tratamentos a um tempo, sobretudo podendo-se empregar o enxofre das montanhas de pirites em lugar do da Sicília que custa muito caro.
No sentido de chegar a um bom resultado, Mr. E. Bichou compôs um produto que contém, juntamente, o cobre sobre a forma quási completamente solúvel como o do verdete, que permita à calda obtida obrar instantaneamente, bem superior à calda bordalesa, e o enxofre sob a forma de sulfite e sulfureto, cujas emanações produzem o ácido sulfuroso e impregnam logo a folha de sulfite antissético.
Desta forma, empregando-se ao mesmo tempo a sulfatagem e enxofração, resulta de uma economia de 45 fr. por hectare e compraríamos o enxofre muito mais barato. […]
De resto, nenhum risco há em experimentar. Sobre o ponto de vista da cura do míldio e do black-rot, contém 300 gramas por hectolitro de cobre solúvel quási completamente; os seus efeitos são certos. Contra o oídio, os incrédulos sabem que quando ele aparece é ainda tempo de o combater pela enxofração.
No caso de, apesar do tratamento comum, a vinha ser acometida do oídio, suspende-se o tratamento e lança-se mão do enxofre; mas pelas experiências já feitas está constatada a ação dos sulfuretos contra o oídio e, como o produto contem os sulfites e sulfuretos no estado de divisão extrema, não há necessidade de recorrer à enxofração.
Será necessário o tratamento uma só vez sobre a uva antes da maturação, nas vinhas cuja frondagem impeça pulverizar os cachos quando se operar com os aparelhos conduzido sobre muar.
É pois importantíssimo para a viticultura o bom resultado da experiência pois daí resulta uma economia de 45 fr. por hectare.
Ficheiros
Colecção
Citação
S/autor, “ASSUNTOS AGRÍCOLAS”. In Damião de Goes, 13º Ano, nº 642, p. 2., 17-04-1898. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 30 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/1251.