ASSUNTOS AGRÍCOLAS

ASSUNTOS AGRÍCOLAS

S/autor

Damião de Goes, 14º Ano, nº 697, p. 2.

07-05-1899

Leonardo Aboim Pires

O emprego das caldas contra o míldio
Na última reunião da Sociedade Central de Agricultura de Hérault, foi posta na ordem do dia uma questão muito interessante – o emprego em pequenas doses de sulfato de cobre para combater as doenças criptogâmicas.
Na discussão, tomaram parte professores e práticos, que reconheceram que geralmente se empregam doses muito elevadas de sulfato de cobre, e que já todo o interesse, visto a quantidade considerável de cobre consumido no Hérault – aproximadamente 10 milhões de toneladas – reduzir sensivelmente as doses empregadas.
Fez-se observar que este seria um meio muito eficaz de lutar contra a alta do sulfato de cobre.
Assentou-se em que, nos anos em que as invasões não são tão intensas, poder-se-ia diminuir muito o consumo do sulfato de cobre, sem reduzir o número de tratamentos.
Insistiu-se, particularmente, sobre o excesso de cal que é costume deitar nas caldas e sobre a mistura imperfeita que muitas vezes se emprega.
É suficiente para 1 kilo de sulfato de cobre empregar 1 kilo de massa de cal, obtida pela fusão da cal em duas parte de água.
Depois das experiências feitas em 1898 na Escola de Agricultura, chegou-se à conclusão que a calda bordalesa bem feita e neutra está sempre em primeiro lugar, e mostra-se de uma eficácia igual na dose de 2 kilos, 1 kilo, e meso 500 gramas de sulfato de cobre.
Entre os numerosos ensaios que tem sido feitos, comparativamente e com doses equivalentes, o sulfato de cádmio mostra-se só do mesmo modo eficaz, como a calda bordalesa.
A calda borgonhesa, às mesmas doses, sucede-lhe imediatamente.
Novas experiências sobre o emprego do cádmio, serão feitas, este ano, de maneira a provocar na indústria a sua produção em boas condições. Seria um meio de obter um produto e facilitar a luta contra a alta artificial do sulfato de cobre e à preparação racional das caldas.