SECÇÃO AGRÍCOLA
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Título
SECÇÃO AGRÍCOLA
Criador
Francisco Machado
Fonte
Damião de Goes, 27º Ano, nº 1381, p. 1.
Data
09-06-1912
Colaborador
Leonardo Aboim Pires
Text Item Type Metadata
Text
Do sr. Artur de Carvalho e Oliveira recebemos uma carta, da qual transcrevemos o seguinte:
«C/V. Exª. Abrigada, 5-6-912
Ilmº e Exmº. Sr.
No nº 1379 do Damião de Goes, de 26 de Maio findo, diz V Exª: na «Secção Agrícola» que nada há até hoje mais eficaz contra o míldio, sob todos os seus diversos aspetos, que a calda bordalesa, mas que esta é impotente para evitar e para curar a manifestação criptogâmica, que ultimamente tem aparecido nas vinhas.
Por amor à verdade, mais do que pelo lucro que me possa advir das oxidinas, venho informar V. Exª. do seguinte, pedindo-lhe fineza de a isto se referir na referida secção agrícola do Damião de Goes:
As oxidinas sulfo cúprica e simples são sobejamente conhecidas e aplicadas no Douro e Minho há muitos anos e, entre nós, viticultores há que as usam e aplicam, há já alguns anos, preferindo-as aos tratamentos húmidos, que, em muitos casos, longe de prevenirem ou de curarem o míldio, favorecem o seu desenvolvimento; enquanto que as oxidinas, ávidas como são, da humidade, evitam a formação das criptogâmicas mildiosas e curam mesmos os cachos e parras, que recentemente tenham sido atacadas.
Os srs. Damião de Goes de Moraes du Bocage, da Quinta da Marqueza, e Manoel Lains, do Carregado, entre outros, declararam-me há dias que com as oxidinas salvaram todos os cachos das suas vinhas, que haviam sido atacados de míldio sob a forma bolorenta a que V. Exª. se refere.
Para se fazer uma ideia da confiança que as oxidinas estão despertando no nosso meio, bastará citar a V. Exª. nomes de pessoas que V. Exª. bem conhece, que as estão empregando desde fins de Abril do corrente ano, e as quantidades de sacas que me têm pedido, o que é objeto da inclusa relação, de que V. Exª. fica autorizado a fazer uso que entender.
Convém também que se saiba que em Bordéus, onde estive no ano passado, tendo visitado algumas grandes vinhas, com cujos proprietários troquei impressões a respeito de vários assuntos, estão preferindo os tratamentos secos aos húmidos, pelo motivo que já citei e ainda porque aqueles se fazem muito mais rapidamente do que estes e, portanto, mais oportuna e economicamente.»
Quando escrevemos ao artigo indicado, estávamos justamente tratando as nossas vinhas com sulfo-oxidina, na atenção de debelar o ataque de míldio, a que nos referimos, não podíamos pois, nessa altura, recomendar o emprego de tal tratamento, cujos resultados desconhecíamos.
Nos nossos artigos, modestos como são, visamos sempre dar conta do que sabemos por experiência própria. Assim podemos agora ter o prazer de afirmar, em resposta ao exmº. Sr. Artur de Carvalho, que efetivamente tirámos, com a aplicação da oxidina, magníficos resultados. […]
«C/V. Exª. Abrigada, 5-6-912
Ilmº e Exmº. Sr.
No nº 1379 do Damião de Goes, de 26 de Maio findo, diz V Exª: na «Secção Agrícola» que nada há até hoje mais eficaz contra o míldio, sob todos os seus diversos aspetos, que a calda bordalesa, mas que esta é impotente para evitar e para curar a manifestação criptogâmica, que ultimamente tem aparecido nas vinhas.
Por amor à verdade, mais do que pelo lucro que me possa advir das oxidinas, venho informar V. Exª. do seguinte, pedindo-lhe fineza de a isto se referir na referida secção agrícola do Damião de Goes:
As oxidinas sulfo cúprica e simples são sobejamente conhecidas e aplicadas no Douro e Minho há muitos anos e, entre nós, viticultores há que as usam e aplicam, há já alguns anos, preferindo-as aos tratamentos húmidos, que, em muitos casos, longe de prevenirem ou de curarem o míldio, favorecem o seu desenvolvimento; enquanto que as oxidinas, ávidas como são, da humidade, evitam a formação das criptogâmicas mildiosas e curam mesmos os cachos e parras, que recentemente tenham sido atacadas.
Os srs. Damião de Goes de Moraes du Bocage, da Quinta da Marqueza, e Manoel Lains, do Carregado, entre outros, declararam-me há dias que com as oxidinas salvaram todos os cachos das suas vinhas, que haviam sido atacados de míldio sob a forma bolorenta a que V. Exª. se refere.
Para se fazer uma ideia da confiança que as oxidinas estão despertando no nosso meio, bastará citar a V. Exª. nomes de pessoas que V. Exª. bem conhece, que as estão empregando desde fins de Abril do corrente ano, e as quantidades de sacas que me têm pedido, o que é objeto da inclusa relação, de que V. Exª. fica autorizado a fazer uso que entender.
Convém também que se saiba que em Bordéus, onde estive no ano passado, tendo visitado algumas grandes vinhas, com cujos proprietários troquei impressões a respeito de vários assuntos, estão preferindo os tratamentos secos aos húmidos, pelo motivo que já citei e ainda porque aqueles se fazem muito mais rapidamente do que estes e, portanto, mais oportuna e economicamente.»
Quando escrevemos ao artigo indicado, estávamos justamente tratando as nossas vinhas com sulfo-oxidina, na atenção de debelar o ataque de míldio, a que nos referimos, não podíamos pois, nessa altura, recomendar o emprego de tal tratamento, cujos resultados desconhecíamos.
Nos nossos artigos, modestos como são, visamos sempre dar conta do que sabemos por experiência própria. Assim podemos agora ter o prazer de afirmar, em resposta ao exmº. Sr. Artur de Carvalho, que efetivamente tirámos, com a aplicação da oxidina, magníficos resultados. […]
Ficheiros
Colecção
Citação
Francisco Machado, “SECÇÃO AGRÍCOLA”. In Damião de Goes, 27º Ano, nº 1381, p. 1. , 09-06-1912. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 26 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/1353.