AOS VITICULTORES
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Título
AOS VITICULTORES
Criador
S/autor
Fonte
O Manuelinho de Évora, Ano II, nº 94, p. 3.
Data
07-11-1882
Colaborador
Leonardo Aboim Pires
Text Item Type Metadata
Text
Dos meios de a empregar contra o filoxera
(Continuado dos nº 77, 78, 80, 81, 84, 86, 88 e 93)
3º - Empregar os tratamentos culturais nos sítios onde o mal tiver atingido proporções que não permitam ter fé na sua extinção.
Acontece porém, muitas vezes que, quando se começa a tratar pelo sulfureto uma vinha doente, algumas parreiras, que de ordinário são as que foram primeiro atacadas pelo filoxera, tem já o sistema radicular todo, ou quási todo, apodrecido, neste caso o remédio não pode salvá-las, porque essas cepas não tem já vida.
É ainda assim indispensável tratar pelo sulfureto o terreno onde se acham, mas é com o único intento de exterminar os insetos que nele existam.
São estas as únicas videiras que morrem, apesar do sulfureto, não porque este as mate, mas porque já não tinham raízes sãs de que a cepa pode alimentar-se.
Em vista do que deixamos expedido torna-se evidente que o que sobretudo importa é descobrir o mal quando ela esta apenas em principio, isto é, quando o filoxera existe já nas raízes, sem todavia haver na folhagem sinais que revelem a sua existência. Para se chegar a este resultado é necessário um sistema de vigilância muito completo, e amiudadas inspeções as raízes das vinhas que se apresentam sãs, a fim de descobrir o inseto destruidor logo que ele apareça, porque assim se evita incalculáveis prejuízos e se se sufoca o mal no seu princípio. Sucede com o filoxera o mesmo que com todas as doenças contagiosas: se estão no seu princípio curam-se facilmente e com economia; se, pelo contrário, são combatidas tarde, a cura torna-se difícil, dispendiosíssima e muitas vezes impossível.
Desgraçadamente há um ponto em que todos os agrónomos e pessoas competentes na matéria estão de acordo, e é – que todas as vinhas mais tarde ou mais cedo hão-de ser atacadas pelo filoxera, assim como foram pelo oídio.
Torna-se, por isso, indispensável descobrir o mal no seu princípio para o combater com economia, para lhe retardar o seu desenvolvimento progressivo, e para evitar a perda das colheitas de alguns anos o que é importantíssimo.
Assim, pois, a vigilância constante e assídua dos vinhedos aparentemente bons é o ponto mais importante a atender para a salvação económica dos viticultores.
(Continua)
(Da Verdade)
(Continuado dos nº 77, 78, 80, 81, 84, 86, 88 e 93)
3º - Empregar os tratamentos culturais nos sítios onde o mal tiver atingido proporções que não permitam ter fé na sua extinção.
Acontece porém, muitas vezes que, quando se começa a tratar pelo sulfureto uma vinha doente, algumas parreiras, que de ordinário são as que foram primeiro atacadas pelo filoxera, tem já o sistema radicular todo, ou quási todo, apodrecido, neste caso o remédio não pode salvá-las, porque essas cepas não tem já vida.
É ainda assim indispensável tratar pelo sulfureto o terreno onde se acham, mas é com o único intento de exterminar os insetos que nele existam.
São estas as únicas videiras que morrem, apesar do sulfureto, não porque este as mate, mas porque já não tinham raízes sãs de que a cepa pode alimentar-se.
Em vista do que deixamos expedido torna-se evidente que o que sobretudo importa é descobrir o mal quando ela esta apenas em principio, isto é, quando o filoxera existe já nas raízes, sem todavia haver na folhagem sinais que revelem a sua existência. Para se chegar a este resultado é necessário um sistema de vigilância muito completo, e amiudadas inspeções as raízes das vinhas que se apresentam sãs, a fim de descobrir o inseto destruidor logo que ele apareça, porque assim se evita incalculáveis prejuízos e se se sufoca o mal no seu princípio. Sucede com o filoxera o mesmo que com todas as doenças contagiosas: se estão no seu princípio curam-se facilmente e com economia; se, pelo contrário, são combatidas tarde, a cura torna-se difícil, dispendiosíssima e muitas vezes impossível.
Desgraçadamente há um ponto em que todos os agrónomos e pessoas competentes na matéria estão de acordo, e é – que todas as vinhas mais tarde ou mais cedo hão-de ser atacadas pelo filoxera, assim como foram pelo oídio.
Torna-se, por isso, indispensável descobrir o mal no seu princípio para o combater com economia, para lhe retardar o seu desenvolvimento progressivo, e para evitar a perda das colheitas de alguns anos o que é importantíssimo.
Assim, pois, a vigilância constante e assídua dos vinhedos aparentemente bons é o ponto mais importante a atender para a salvação económica dos viticultores.
(Continua)
(Da Verdade)
Ficheiros
Colecção
Citação
S/autor, “AOS VITICULTORES”. In O Manuelinho de Évora, Ano II, nº 94, p. 3., 07-11-1882. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 28 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/1369.