AGRICULTURA
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Título
AGRICULTURA
Criador
S/autor
Fonte
O Manuelinho de Évora, Ano VI, nº 285, p. 2.
Data
06-07-1886
Colaborador
Leonardo Aboim Pires
Text Item Type Metadata
Text
Moléstias das oliveiras
Esta árvore, oriunda da Grécia, é miseravelmente tratada. Não se estruma, falta-se-lhe com a indispensável poda, não se vareja com a devida cautela, não se fazem plantações razoáveis… Um completo abandono!
Vêm-se olivais decrépitos, outros em bom estado e bem conservados; mas o que se não sê são olivais novos, plantados por pessoa que deveras se dedique a esta cultura, e que mais tarde dariam um bom lucro, que compensaria os gastos e trabalhos de quem os mandasse plantar. Ainda há pessoas que se dedicam a esta cultura, mas o seu número não é elevado.
Não é raro ver oliveiras revestidas de musgo, tendo a parte dos ramos seca, e sendo a sua produção diminutíssima.
Tudo isto provém de lhe escassear o competente e indispensável adubo, não lhes darem as convenientes podas, e varejá-las desapiedadamente com o tempo húmido e chuvoso.
Quási todos os lavradores encarregados de fabricarem as terras têm uma negação absoluta para as adubarem, desde o momento que elas estejam assombradas com árvores.
Como é sabido, as oliveiras acham-se dispersas pelo meio dos campos, tornando mais dificultosa a lavoura, mas apesar disso mais fáceis de se estrumarem.
Convencê-los a que deem o competente adubo aos olivais, a fim de que melhor produza a oliveira, só uma força sobrenatural o poderia fazer. Não há meios que a isso os persuada.
[…]
É, todavia, de necessidade que os proprietários se vão compenetrando destas verdades, fazendo cumprir com os seus deveres os caseiros que lhes cultivam as terras; do contrário verão desaparecer pouco a pouco uma boa árvore que poderosamente concorre para a sua sustentação e conservação da vida.
Volenti nihil difficile.
(Do Jornal de Horticultura Prática)
Esta árvore, oriunda da Grécia, é miseravelmente tratada. Não se estruma, falta-se-lhe com a indispensável poda, não se vareja com a devida cautela, não se fazem plantações razoáveis… Um completo abandono!
Vêm-se olivais decrépitos, outros em bom estado e bem conservados; mas o que se não sê são olivais novos, plantados por pessoa que deveras se dedique a esta cultura, e que mais tarde dariam um bom lucro, que compensaria os gastos e trabalhos de quem os mandasse plantar. Ainda há pessoas que se dedicam a esta cultura, mas o seu número não é elevado.
Não é raro ver oliveiras revestidas de musgo, tendo a parte dos ramos seca, e sendo a sua produção diminutíssima.
Tudo isto provém de lhe escassear o competente e indispensável adubo, não lhes darem as convenientes podas, e varejá-las desapiedadamente com o tempo húmido e chuvoso.
Quási todos os lavradores encarregados de fabricarem as terras têm uma negação absoluta para as adubarem, desde o momento que elas estejam assombradas com árvores.
Como é sabido, as oliveiras acham-se dispersas pelo meio dos campos, tornando mais dificultosa a lavoura, mas apesar disso mais fáceis de se estrumarem.
Convencê-los a que deem o competente adubo aos olivais, a fim de que melhor produza a oliveira, só uma força sobrenatural o poderia fazer. Não há meios que a isso os persuada.
[…]
É, todavia, de necessidade que os proprietários se vão compenetrando destas verdades, fazendo cumprir com os seus deveres os caseiros que lhes cultivam as terras; do contrário verão desaparecer pouco a pouco uma boa árvore que poderosamente concorre para a sua sustentação e conservação da vida.
Volenti nihil difficile.
(Do Jornal de Horticultura Prática)
Ficheiros
Colecção
Citação
S/autor, “AGRICULTURA”. In O Manuelinho de Évora, Ano VI, nº 285, p. 2., 06-07-1886. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 26 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/1401.