OS GAFANHOTOS
Dublin Core
Título
OS GAFANHOTOS
Criador
António Gomes Ramalho e Guilherme João Sá
Fonte
O Manuelinho de Évora, Ano XIX, nº 918, p. 2.
Data
06-05-1899
Colaborador
Leonardo Aboim Pires
Text Item Type Metadata
Text
(Conclusão)
Medidas atinentes à destruição do inseto
Em Espanha ensaiaram-se ultimamente muitas medidas no mesmo propósito.
Em Zamora e Salamanca aproveitam a qualidade insetívora das aves domésticas, e reunindo-as em bandos de 400 e mais bicos, as conduziam aos pontos onde o inseto aparecia ainda em forma de mosquito.
Alguns proprietários afiançam terem magníficos resultados, regando os terrenos infestados com uma mistura de cloreto de ferro e água comum. […] As experiências feitas em Granadilla, em terrenos da Ribeira do Guadiana, demonstram que se conseguia o melhor êxito pelo sistema de panos e valas, em segundo lugar pelas aves, e em terceiro, para casos determinados, pelo emprego de ácidos; neste intuito aplicaram-se os ácidos sulfúrico e clorídrico, e reconheceu se ser o primeiro o que produz melhor efeito, porque mata instantaneamente os gafanhotos e pode usar-se dilatado em quatro ou cinco volumes de água.
O petróleo, tão recomendado pelo seu bom resultado nas campinas de Carmona, viu-se que serve pouco para aquele fim, porque a sua parte inflamável se volatiliza muito rapidamente.
Em geral notou-se que os líquidos só servem para matar as manchas de gafanhotos do tamanho de mosquitos, quando os insetos se apresentam reunidos em bandos. […] Um outro meio não menos vantajoso de os aniquilar, quando ainda pequenos invadem as searas, parece-nos ser o emprego das valas ou então o das fogueiras, feitas num dos extremos do campo para onde se façam convergir os insetos. […]
Portanto, do que deixamos dito se conclui que é no estado do óvulo e no de recém-nascido, que mais convém perseguir com toda a pertinácia, o daninho inseto, sendo então que mais facilmente se obtém a sua grande redução.
A.G. Ramalho
G.J. de Sá
Medidas atinentes à destruição do inseto
Em Espanha ensaiaram-se ultimamente muitas medidas no mesmo propósito.
Em Zamora e Salamanca aproveitam a qualidade insetívora das aves domésticas, e reunindo-as em bandos de 400 e mais bicos, as conduziam aos pontos onde o inseto aparecia ainda em forma de mosquito.
Alguns proprietários afiançam terem magníficos resultados, regando os terrenos infestados com uma mistura de cloreto de ferro e água comum. […] As experiências feitas em Granadilla, em terrenos da Ribeira do Guadiana, demonstram que se conseguia o melhor êxito pelo sistema de panos e valas, em segundo lugar pelas aves, e em terceiro, para casos determinados, pelo emprego de ácidos; neste intuito aplicaram-se os ácidos sulfúrico e clorídrico, e reconheceu se ser o primeiro o que produz melhor efeito, porque mata instantaneamente os gafanhotos e pode usar-se dilatado em quatro ou cinco volumes de água.
O petróleo, tão recomendado pelo seu bom resultado nas campinas de Carmona, viu-se que serve pouco para aquele fim, porque a sua parte inflamável se volatiliza muito rapidamente.
Em geral notou-se que os líquidos só servem para matar as manchas de gafanhotos do tamanho de mosquitos, quando os insetos se apresentam reunidos em bandos. […] Um outro meio não menos vantajoso de os aniquilar, quando ainda pequenos invadem as searas, parece-nos ser o emprego das valas ou então o das fogueiras, feitas num dos extremos do campo para onde se façam convergir os insetos. […]
Portanto, do que deixamos dito se conclui que é no estado do óvulo e no de recém-nascido, que mais convém perseguir com toda a pertinácia, o daninho inseto, sendo então que mais facilmente se obtém a sua grande redução.
A.G. Ramalho
G.J. de Sá
Ficheiros
Colecção
Citação
António Gomes Ramalho e Guilherme João Sá, “OS GAFANHOTOS”. In O Manuelinho de Évora, Ano XIX, nº 918, p. 2., 06-05-1899. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 29 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/1470.