Os híbridos na viticultura moderna
Dublin Core
Título
Os híbridos na viticultura moderna
Criador
S/autor
Fonte
O Commercio da Guarda, Ano XVII, nº 878, p. 2.
Data
18-09-1902
Colaborador
Leonardo Aboim Pires
Text Item Type Metadata
Text
Foi um dos assuntos de que o sábio francês Mr. Viala, especialista no tratamento das vinhas, se ocupou numa conferencia que realizou na semana passada ma Sociedade de Geografia de Lisboa, depois de ter percorrido as nossas mais importantes regiões vinhateiras.
O conferente fez uma larga explanação dos trabalhos empreendidos na Europa desde que foi evidente que o emprego das vinhas americanas não era, por si só, capaz de resolver, em todas as circunstâncias, o problema da crise filoxérica, e a moldar-se às exigências de reconstituição, e se sentiu a necessidade de inventar, criar apenas cepas capazes de as suprir. Homens de grande saber procuraram, pelo cruzamento das vinhas indígenas europeias comas vinhas selvagens de além-mar, produzir tipos novos intermediários a umas e outras, indo buscar a estas a resistência e àquela os frutos.
Todos visavam mais particularmente à abstenção de produtos diretos, aproximando-se o mais possível dos vinhos europeus, mas resistindo à filoxera.
Mr. Viala desenvolvendo o assunto da conferência e especificando os seus estudos nesse sentido, repetiu que, para os vinhateiros do norte de Portugal se tornam aconselhados os híbridos nº 3309 e 3306, de Millardet, rupestris e riparia, e os híbridos de Rupestris e Berlandieri; para os vinhateiros do centro e do sul indica que se fixem também sobre os híbridos, sem condenar, antes irmanando com aqueles, as boas formas de riparias e rupestris puras. O conferente referiu-se particularmente ao Algarve, agora invadido pela filoxera, e deu preciosas indicações sobre a sua reconstituição pelas cepas americanas. Mr. Viala fundamentou parte da sua conferência sobre o exame direto das cartas geológicas e corográficas de Portugal e dos Estados Unidos.
Teve palavras calorosas para a viticultura portuguesa e agradeceu o acolhimento recebido.
O conferente fez uma larga explanação dos trabalhos empreendidos na Europa desde que foi evidente que o emprego das vinhas americanas não era, por si só, capaz de resolver, em todas as circunstâncias, o problema da crise filoxérica, e a moldar-se às exigências de reconstituição, e se sentiu a necessidade de inventar, criar apenas cepas capazes de as suprir. Homens de grande saber procuraram, pelo cruzamento das vinhas indígenas europeias comas vinhas selvagens de além-mar, produzir tipos novos intermediários a umas e outras, indo buscar a estas a resistência e àquela os frutos.
Todos visavam mais particularmente à abstenção de produtos diretos, aproximando-se o mais possível dos vinhos europeus, mas resistindo à filoxera.
Mr. Viala desenvolvendo o assunto da conferência e especificando os seus estudos nesse sentido, repetiu que, para os vinhateiros do norte de Portugal se tornam aconselhados os híbridos nº 3309 e 3306, de Millardet, rupestris e riparia, e os híbridos de Rupestris e Berlandieri; para os vinhateiros do centro e do sul indica que se fixem também sobre os híbridos, sem condenar, antes irmanando com aqueles, as boas formas de riparias e rupestris puras. O conferente referiu-se particularmente ao Algarve, agora invadido pela filoxera, e deu preciosas indicações sobre a sua reconstituição pelas cepas americanas. Mr. Viala fundamentou parte da sua conferência sobre o exame direto das cartas geológicas e corográficas de Portugal e dos Estados Unidos.
Teve palavras calorosas para a viticultura portuguesa e agradeceu o acolhimento recebido.
Ficheiros
Colecção
Citação
S/autor, “Os híbridos na viticultura moderna”. In O Commercio da Guarda, Ano XVII, nº 878, p. 2., 18-09-1902. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 26 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/1526.