CRÓNICA AGRÍCOLA
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Título
CRÓNICA AGRÍCOLA
Criador
R. de Morais Soares
Fonte
O Vimaranense, V Ano, nº 412, p. 2.
Data
30-11-1866
Colaborador
Leonardo Aboim Pires
Text Item Type Metadata
Text
Lisboa, 17 de Novembro
[…]
Recebemos o interessante livro de Pasteur, a que nos referimos na crónica anterior. Há na obra do ilustre químico duas partes distintas; o processo de estufar os vinhos, e a teoria em que esse processo se funda.
Havia Chaptal estabelecido com maior lucidez, e em breves termos, a teoria da vinificação. No mosto, disse ele, há dois princípios predominantes: a açúcar e o fermento, dando este nome a uma substância végeto-animal, de natureza albuminoide, segundo os químicos modernos.
Quando estes dois princípios se apresentam no mosto, em proporções convenientes, atua um sobre o outro e daí, extinta a fermentação, precede o vinho, desaparecendo o açúcar e o fermento inteiramente.
Pode porém acontecer que no mosto se não dê a justa proporção, entre o açúcar, e o fermento, predominando este, ou aquele princípio, seguindo-se: quando existe excesso de açúcar ficar o vinho sem defeito, e somente com gosto açucarado; e quando sobressai o fermento uma parte dele de compor o açúcar, e a outra produzir todas as moléstias do vinho.
Pasteur não admite esta teoria, explicando as moléstias dos vinhos pelo desenvolvimento de diversas vegetações de parasitas microscópicos, cuja vitalidade se extingue a uma temperatura de 50 a 60 graus.
[…]
(A. Rural)
[…]
Recebemos o interessante livro de Pasteur, a que nos referimos na crónica anterior. Há na obra do ilustre químico duas partes distintas; o processo de estufar os vinhos, e a teoria em que esse processo se funda.
Havia Chaptal estabelecido com maior lucidez, e em breves termos, a teoria da vinificação. No mosto, disse ele, há dois princípios predominantes: a açúcar e o fermento, dando este nome a uma substância végeto-animal, de natureza albuminoide, segundo os químicos modernos.
Quando estes dois princípios se apresentam no mosto, em proporções convenientes, atua um sobre o outro e daí, extinta a fermentação, precede o vinho, desaparecendo o açúcar e o fermento inteiramente.
Pode porém acontecer que no mosto se não dê a justa proporção, entre o açúcar, e o fermento, predominando este, ou aquele princípio, seguindo-se: quando existe excesso de açúcar ficar o vinho sem defeito, e somente com gosto açucarado; e quando sobressai o fermento uma parte dele de compor o açúcar, e a outra produzir todas as moléstias do vinho.
Pasteur não admite esta teoria, explicando as moléstias dos vinhos pelo desenvolvimento de diversas vegetações de parasitas microscópicos, cuja vitalidade se extingue a uma temperatura de 50 a 60 graus.
[…]
(A. Rural)
Ficheiros
Colecção
Citação
R. de Morais Soares, “CRÓNICA AGRÍCOLA”. In O Vimaranense, V Ano, nº 412, p. 2., 30-11-1866. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 26 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/1556.