CRÓNICA AGRÍCOLA

CRÓNICA AGRÍCOLA

R. de Morais Soares

O Vimaranense, VI Ano, nº 53, pp. 1-2.

22-11-1867

Leonardo Aboim Pires

No Bulletin Hebdomadaire de l’Agriculture, de 26 de Outubro último, lê-se uma curiosa observação acerca da moléstia das batatas. Um agricultor instruído notou, que um pé de batatas havia escapado à destruição completa de um batatal, atacado da moléstia reinante. A planta incólume encontrava-se resguardada da chuva por casual abrigo. O agricultor registou o facto, e no ano seguinte, semeou dois tubérculos com o propósito de fazer uma experiência colocando um debaixo do abrigo, durante a queda da chuva, e deixando o outro inteiramente desabrigado. Logo que a chuva levantava removia o abrigo, e deixava a planta ao ar livre. Resultou afinal que a planta que nunca recebeu chuva durante as diversas fases da sua vegetação, prosperou admiravelmente, produzindo muitos e excelentes tubérculos, enquanto que a outra, que sempre apanhou a chuva, foi atacada pela moléstia, e os tubérculos que produziu estavam todos danificados. Poder-se-á deste facto concluir que a moléstia das batatas é originada pela chuva? A experiência é fácil de se repetir, até que se averigue, se a observação do agricultor francês foi um facto excecional, ou se constitui uma regra invariável.

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