PLANTAÇÃO DE BATATAS
Dublin Core
Título
PLANTAÇÃO DE BATATAS
Criador
S/autor
Fonte
Nove de Julho, Nº 699, Ano XIII, p. 3.
Data
27-04-1898
Colaborador
Leonardo Aboim Pires
Text Item Type Metadata
Text
Sabem os nossos leitores que as batatas estão muito sujeitas a uma grave moléstia, uma peronospórea, cujo aparelho vegetativo ou micélio vive nos tecidos da planta, desorganizando-a.
Na superfície das folhas, onde o parasita emite os sues filamentos frutíferos, aparecem manchas escuras, que aumentam sempre de diâmetro; e dentro em pouco tempo todo o aparelho foliáceo perde a faculdade de efetuar as suas funções fisiológicas. Suspende-se o desenvolvimento dos tubérculos, onde a presença de manchas vai também revelar a existência do micélio. A podridão sobrevem às vezes ainda no terreno, outras vezes depois da colheita, nos lugares em que são guardadas.
O mal das batatas, como vulgarmente se chama a esta doença criptogâmica, é tão conhecido como o seu irmão gémeo, o míldio das vinhas.
Um dos meios de propagação do mal das batatas consiste na infeção dos tubérculos empregados na plantação, que em tal caso são portadores do gérmen parasitário. Desta sorte acontece frequentemente que em terrenos que estavam imunes, aparece num ano inesperadamente a doença, que é atribuída às influências do tempo e outras causas mais ou menos aceitáveis, quando afinal ela procede da infeção da semente.
Daqui se depreende claramente que o mais acertado meio de prevenir o mal é exterminar o parasita, antes de confiar os tubérculos à terra. Para isto se aconselha como eficaz preventivo o emprego do bicoloreto de mercúrio ou sublimado corrosivo numa solução de 15 gramas para 100 litros de água devendo haver todo o cuidado com a manipulação do sublimado corrosivo que é, como sempre temos lembrado, um terrível veneno. Mas não se cuide, por isso, que a solução indicada, e nessa proporção, possa prejudicar os tubérculos ou ser nociva à saúde, porque não atua maleficamente nos produtos da cultura. Tenha-se bem esta circunstância à vista.
O modo de operar é simples:
A vasilha em que se faz a solução não deve ser de metal, mas sim de madeira, uma barrica ou balsa que depois não sirva a outra coisa. Antes de deitar o sublimado na vasilha convém dissolve-lo numa porção de água quente.
As batatas para plantação metem-se num cesto e mergulha-se na solução, demorando-as aí quatro ou cinco minutos – não mais.
Poem-se depois a monte, sem alguma outra precaução, a não ser, que entre nessa operação e a plantação não convém que haja uma demora de mais de oito dias.
Como adubação na plantação deve ajuntar-se uma boa dose (10.000 a 15.000 quilogramas por hectare) de bom estrume de curral, 1000 quilogramas de escórias de Thomas e apenas 100 quilogramas de nitrato de soda por hectare.
Quando se julgue preciso, podem também dar-se 100 quilogramas ou mais de sulfato de potassa concentrado; mas não se empregue nessa adubação o cloreto de potassa ou cainite.
Na superfície das folhas, onde o parasita emite os sues filamentos frutíferos, aparecem manchas escuras, que aumentam sempre de diâmetro; e dentro em pouco tempo todo o aparelho foliáceo perde a faculdade de efetuar as suas funções fisiológicas. Suspende-se o desenvolvimento dos tubérculos, onde a presença de manchas vai também revelar a existência do micélio. A podridão sobrevem às vezes ainda no terreno, outras vezes depois da colheita, nos lugares em que são guardadas.
O mal das batatas, como vulgarmente se chama a esta doença criptogâmica, é tão conhecido como o seu irmão gémeo, o míldio das vinhas.
Um dos meios de propagação do mal das batatas consiste na infeção dos tubérculos empregados na plantação, que em tal caso são portadores do gérmen parasitário. Desta sorte acontece frequentemente que em terrenos que estavam imunes, aparece num ano inesperadamente a doença, que é atribuída às influências do tempo e outras causas mais ou menos aceitáveis, quando afinal ela procede da infeção da semente.
Daqui se depreende claramente que o mais acertado meio de prevenir o mal é exterminar o parasita, antes de confiar os tubérculos à terra. Para isto se aconselha como eficaz preventivo o emprego do bicoloreto de mercúrio ou sublimado corrosivo numa solução de 15 gramas para 100 litros de água devendo haver todo o cuidado com a manipulação do sublimado corrosivo que é, como sempre temos lembrado, um terrível veneno. Mas não se cuide, por isso, que a solução indicada, e nessa proporção, possa prejudicar os tubérculos ou ser nociva à saúde, porque não atua maleficamente nos produtos da cultura. Tenha-se bem esta circunstância à vista.
O modo de operar é simples:
A vasilha em que se faz a solução não deve ser de metal, mas sim de madeira, uma barrica ou balsa que depois não sirva a outra coisa. Antes de deitar o sublimado na vasilha convém dissolve-lo numa porção de água quente.
As batatas para plantação metem-se num cesto e mergulha-se na solução, demorando-as aí quatro ou cinco minutos – não mais.
Poem-se depois a monte, sem alguma outra precaução, a não ser, que entre nessa operação e a plantação não convém que haja uma demora de mais de oito dias.
Como adubação na plantação deve ajuntar-se uma boa dose (10.000 a 15.000 quilogramas por hectare) de bom estrume de curral, 1000 quilogramas de escórias de Thomas e apenas 100 quilogramas de nitrato de soda por hectare.
Quando se julgue preciso, podem também dar-se 100 quilogramas ou mais de sulfato de potassa concentrado; mas não se empregue nessa adubação o cloreto de potassa ou cainite.
Ficheiros
Colecção
Citação
S/autor, “PLANTAÇÃO DE BATATAS”. In Nove de Julho, Nº 699, Ano XIII, p. 3., 27-04-1898. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 30 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/242.