SECÇÃO AGRÍCOLA. ESTUDOS SOBRE AS VIDEIRAS
Dublin Core
Título
SECÇÃO AGRÍCOLA. ESTUDOS SOBRE AS VIDEIRAS
Criador
S/autor
Fonte
Jornal de Penafiel, 6º Ano, Nº 54, p. 1.
Data
03-05-1892
Colaborador
Leonardo Aboim Pires
Text Item Type Metadata
Text
Os cavalos e os produtores diretos
Quando começou a introdução das videiras americanas, uma coisa sobretudo assustava os viticultores. Era a enxertia.
Com a palavra enxertia pretendo designar não só a operação de enxertar mas também todas as dificuldades que naquela época pareciam acompanhar esta prática nova.
Com efeito a enxertia veio deitar por terra todas as velhas tradições vitícolas.
A «baixa», a «mergulhia» e a «bacelagem» eram substituídas por um processo de plantação diferente.
E depois, sobretudo, que despesa!
Primeiro era preciso aprender a enxertar o que parecia a muito lavradores obstáculo insuperável; era preciso dispor de plantas enxertadas em viveiro, em condições muito especiais, dispensar-lhe mil cuidados e tudo isto para obter resultados duvidosos quando não deceções cruéis. […] No meio de tantas narrativas contraditórias, de tantas obscuridades, os viticultores receosos de sofrerem grandes cheques não se aventuraram a entra no bom caminho das enxertias, tanto mais que viam os que tinha pretensões de saber do assunto completamente discordarem entre si.
Por isso maior parte dos lavradores, entre os cavalos de difícil emprego e os produtores diretos, que pareciam tão fáceis de cultivar, não hesitaram um só instante […] Para isto é pois preciso praticar a enxertia com as antigas variedades. […] Plantando em larga escala produtores diretos, o viticultor português cuida que assegura o futuro; mas muito poucos produtores diretos são resistentes ao filoxera. […] Esta situação não é, porém, conveniente nem favorável […] Mas se pelo contrário se se enxertar insistentemente as velhas variedades portuguesas em cavalos americanos bem escolhidos, conservar-se-á a qualidade dos vinhos portugueses, e os que quiserem beber bom vinho hão de pagá-lo pelo justo valor […].
Quando começou a introdução das videiras americanas, uma coisa sobretudo assustava os viticultores. Era a enxertia.
Com a palavra enxertia pretendo designar não só a operação de enxertar mas também todas as dificuldades que naquela época pareciam acompanhar esta prática nova.
Com efeito a enxertia veio deitar por terra todas as velhas tradições vitícolas.
A «baixa», a «mergulhia» e a «bacelagem» eram substituídas por um processo de plantação diferente.
E depois, sobretudo, que despesa!
Primeiro era preciso aprender a enxertar o que parecia a muito lavradores obstáculo insuperável; era preciso dispor de plantas enxertadas em viveiro, em condições muito especiais, dispensar-lhe mil cuidados e tudo isto para obter resultados duvidosos quando não deceções cruéis. […] No meio de tantas narrativas contraditórias, de tantas obscuridades, os viticultores receosos de sofrerem grandes cheques não se aventuraram a entra no bom caminho das enxertias, tanto mais que viam os que tinha pretensões de saber do assunto completamente discordarem entre si.
Por isso maior parte dos lavradores, entre os cavalos de difícil emprego e os produtores diretos, que pareciam tão fáceis de cultivar, não hesitaram um só instante […] Para isto é pois preciso praticar a enxertia com as antigas variedades. […] Plantando em larga escala produtores diretos, o viticultor português cuida que assegura o futuro; mas muito poucos produtores diretos são resistentes ao filoxera. […] Esta situação não é, porém, conveniente nem favorável […] Mas se pelo contrário se se enxertar insistentemente as velhas variedades portuguesas em cavalos americanos bem escolhidos, conservar-se-á a qualidade dos vinhos portugueses, e os que quiserem beber bom vinho hão de pagá-lo pelo justo valor […].
Ficheiros
Colecção
Citação
S/autor, “SECÇÃO AGRÍCOLA. ESTUDOS SOBRE AS VIDEIRAS
”. In Jornal de Penafiel, 6º Ano, Nº 54, p. 1., 03-05-1892. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 26 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/375.
”. In Jornal de Penafiel, 6º Ano, Nº 54, p. 1., 03-05-1892. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 26 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/375.