Pragas nos Periódicos

As vinhas – uma doença nos pâmpanos. O sol branco.

Dublin Core

Título

As vinhas – uma doença nos pâmpanos. O sol branco.

Criador

M. Rodrigues de Moraes, agrónomo

Fonte

O Jornal de Cantanhede, n.º 572, pág. 3, col. 1,2

Data

02-06-1900

Colaborador

Pedro Barros

Text Item Type Metadata

Text

Lê-se no primeiro de Janeiro:
«O nosso distinto colega Júlio Gama, director do riacreditadíssimo semanário «A Gazeta das Aldeias», enviou-nos a seguinte carta, que aparecerá no próximo número daquela folha, mas cuja publicação, pelo instante e grande interesse do assunto, entendeu não dever demorar: Recebemos de 'Vila Nova de Gaia e da Nazaré amostras de pâmpanos, e de Vila Nova de Ourém e outros pontos descrições de uma doença, que se nos afigura nova no país e que parece grave pela rapidez com que invade os pâmpanos e causa a morte àqueles que ataca. Esta doença manifesta-se da seguinte forma: na base do pâmpano vê-se uma nódoa branca feltrosa, que ora abraça toda a grossura do pâmpano e se estende por igual entre dois nós, ora sobe só por um lado; no ponto de ligação da folha com o seu pecíolo, ou pezinho, aparece também igual nódoa brancacenta e feltrosa; e na flor ou pequeno cacho aparecem nódoas escuras. Dizem alguns Srs. assinantes desta «Gazeta» que o ataque é rápido, que os sarmentos atacados chegam a cair da cepa e que na mesma donde alguns caem outros ficam, parecendo saudáveis. À primeira vista e por ser nesta época cedo para o rot branco (white rot) pode pensar-se que o mal é obra do míldio, antes de apresentar as ramificações frutíferas do exterior. Mas reparando, com auxílio de lente, vêm-se naquela massa feltrosa alguns corpúsculos que parecem conídios esféricos ou sagadouros de micélio, e a casca do sarmento esfacela-se, levantando-se em fitas estreitas. De todas as descrições feitas pelos patologistas da vinha, a que mais se aproxima da doença que está grassando é a que se ocupa do rot branco. Como não tenho aqui meios de observação, para fazer o estudo deste caso, convém aos interessados dirigir amostras, bem acondicionadas dentro de frascos rolhados aos gabinetes oficiais de patologia vegetal, o que podem fazer por intermédio dos agrónomos distritais ou da autoridade administrativa. Por enquanto e para já o que se fazer é colher e queimar os pâmpanos doentes, sem deixar qualquer fragmento na vinha, lavar os golpes com a calda bordelesa e aplicá-la intensamente em toda a vinha. Moreira de Lima, 27-05-900

Ficheiros

Citação

M. Rodrigues de Moraes, agrónomo, “As vinhas – uma doença nos pâmpanos. O sol branco.”. In O Jornal de Cantanhede, n.º 572, pág. 3, col. 1,2, 02-06-1900 . Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 17 de Julho de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/410.

Geolocalização