SECÇÃO AGRÍCOLA. Situação vitícola e vinícola
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Título
SECÇÃO AGRÍCOLA. Situação vitícola e vinícola
Criador
S/autor
Fonte
Jornal de Penafiel, 7º Ano, nº 75, p. 1.
Data
11-07-1893
Colaborador
Leonardo Aboim Pires
Text Item Type Metadata
Text
São terrivelmente desoladoras as notícias, que, de toda a parte recebemos dos enormes estragos do míldio, escreve a Vinha Portuguesa. As condições meteorológicas, de primaveras, em que predominam as alterações de muito calor e humidade, têm feito desenvolver a criptógama, que atacou rápida e violentamente os cachos, destruindo os já vingados e evitando a florescência regular das vinhas mais atrasadas.
Causou enormes estragos esta epifitía, especialmente na Estremadura, onde a doença zombou da aplicação dos meios aconselhados para a combater.
Temos no entanto notícia de vinhas bem defendidas com a aplicação do caldo bordalês, situadas no meio de outras, que não foram tratadas, e se acham completamente devastadas.
Os que trataram e se queixam de terem a vinha perdida, aplicariam o remédio a tempo, antes do aparecimento da doença?
A invasão surpreenderia com tal atividade que não seria possível a defesa?
Provada a eficácia do caldo bordalês, porque não evitou o desenvolvimento do mal, como dizem ter sucedido?
Seria conveniente que se averiguassem os resultados dos contraditórios que andam em circulação, e que nos não habilitam a forma uma opinião exata sobre a questão. […] O míldio destruiu, em média, mais de metade da colheita, e pode bem ser que prejudique a qualidade do vinho que resta […] O inspetor de agricultura visitou os concelhos de Mafra, Torres Vedras e Lourinhã, e verificou muitos estragos, convencendo-se pelo exame que fez e das propriedades que viu, que as vinhas bem tratadas se defenderam e as tratadas tarde ou não tratadas, sofreram prejuízos extraordinários.
Parece que esta é a conclusão que se tira dos estragos e tratamentos feitos, porque temos ouvido queixas e louvores aos tratamentos com o caldo bordalês.
Causou enormes estragos esta epifitía, especialmente na Estremadura, onde a doença zombou da aplicação dos meios aconselhados para a combater.
Temos no entanto notícia de vinhas bem defendidas com a aplicação do caldo bordalês, situadas no meio de outras, que não foram tratadas, e se acham completamente devastadas.
Os que trataram e se queixam de terem a vinha perdida, aplicariam o remédio a tempo, antes do aparecimento da doença?
A invasão surpreenderia com tal atividade que não seria possível a defesa?
Provada a eficácia do caldo bordalês, porque não evitou o desenvolvimento do mal, como dizem ter sucedido?
Seria conveniente que se averiguassem os resultados dos contraditórios que andam em circulação, e que nos não habilitam a forma uma opinião exata sobre a questão. […] O míldio destruiu, em média, mais de metade da colheita, e pode bem ser que prejudique a qualidade do vinho que resta […] O inspetor de agricultura visitou os concelhos de Mafra, Torres Vedras e Lourinhã, e verificou muitos estragos, convencendo-se pelo exame que fez e das propriedades que viu, que as vinhas bem tratadas se defenderam e as tratadas tarde ou não tratadas, sofreram prejuízos extraordinários.
Parece que esta é a conclusão que se tira dos estragos e tratamentos feitos, porque temos ouvido queixas e louvores aos tratamentos com o caldo bordalês.
Ficheiros
Colecção
Citação
S/autor, “SECÇÃO AGRÍCOLA. Situação vitícola e vinícola ”. In Jornal de Penafiel, 7º Ano, nº 75, p. 1., 11-07-1893. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 30 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/435.