SECÇÃO AGRÍCOLA. As anguílulas das batatas
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Título
SECÇÃO AGRÍCOLA. As anguílulas das batatas
Criador
S.
Fonte
Jornal de Penafiel, 8º Ano, nº 24, p. 1.
Data
19-01-1894
Colaborador
Leonardo Aboim Pires
Text Item Type Metadata
Text
Da excelente revista agrícola, «Jornal Hortícolo-Agrícola».
Há já bastante tempo que foi descoberto o remédio contra a Peronospora que ataca as batatas, aniquilando em pouco tempo colheitas inteiras. É o sulfato de cobre, quer líquido (calda bordalesa), quer em pós misturado com a steatite (sulfosteatite cúprica). Mas tão depressa foi descoberto o remédio para uma doença, apareceu imediatamente outra. A primeira era motivada por um parasita vegetal, um cogumelo microscópico, o Peronospora infestans, e a segunda por um animal microscópico, espécie de pequeno verme tendo muita analogia com a Anguílula da beterraba […] Quando o mal começa, a superfície do tubérculo não parece sensivelmente alterada; apenas se vê uma leve mudança no colorido da pelicula externa, alteração que não tarda a acentuar-se e a desenhar uma mancha que toma uma cor de aspeto desagradável.
Se se corta o tubérculo em dois sobre uma das manchas, vê-se como na doença causada pelo Peronospora infestans, uma coloração escura mais de natureza diferente. Penetra menos na carne da batata, e não desce além de seis milímetros, raras vezes a dez e o máximo a treze milímetros. […] Uma outra diferença pela qual se distingue esta nova fórmula da doença, consistem em que as manchas escuras são, geralmente, de uma nuance mais clara no centro, e algumas vezes até brancas, e que a consistência do tecido é mole e friável. […] É pois, importante verificar as batatas destinadas às plantações e pôr de parte todas as que apresentarem a mais leve mancha; na dúvida, o sábio abstém-se, diz o provérbio.
As batatas manchadas não devem ser dadas cruas ao gado pois propagariam a doença, visto que as anguílulas passam através dos intestinos sem o mais leve incomodo para a sua saúde, e saem tão indemnes como entraram. Cozidas, não oferecem o menor perigo, uma forte cocção mata todos os parasitas animais e vegetais.
Há já bastante tempo que foi descoberto o remédio contra a Peronospora que ataca as batatas, aniquilando em pouco tempo colheitas inteiras. É o sulfato de cobre, quer líquido (calda bordalesa), quer em pós misturado com a steatite (sulfosteatite cúprica). Mas tão depressa foi descoberto o remédio para uma doença, apareceu imediatamente outra. A primeira era motivada por um parasita vegetal, um cogumelo microscópico, o Peronospora infestans, e a segunda por um animal microscópico, espécie de pequeno verme tendo muita analogia com a Anguílula da beterraba […] Quando o mal começa, a superfície do tubérculo não parece sensivelmente alterada; apenas se vê uma leve mudança no colorido da pelicula externa, alteração que não tarda a acentuar-se e a desenhar uma mancha que toma uma cor de aspeto desagradável.
Se se corta o tubérculo em dois sobre uma das manchas, vê-se como na doença causada pelo Peronospora infestans, uma coloração escura mais de natureza diferente. Penetra menos na carne da batata, e não desce além de seis milímetros, raras vezes a dez e o máximo a treze milímetros. […] Uma outra diferença pela qual se distingue esta nova fórmula da doença, consistem em que as manchas escuras são, geralmente, de uma nuance mais clara no centro, e algumas vezes até brancas, e que a consistência do tecido é mole e friável. […] É pois, importante verificar as batatas destinadas às plantações e pôr de parte todas as que apresentarem a mais leve mancha; na dúvida, o sábio abstém-se, diz o provérbio.
As batatas manchadas não devem ser dadas cruas ao gado pois propagariam a doença, visto que as anguílulas passam através dos intestinos sem o mais leve incomodo para a sua saúde, e saem tão indemnes como entraram. Cozidas, não oferecem o menor perigo, uma forte cocção mata todos os parasitas animais e vegetais.
Ficheiros
Colecção
Citação
S., “SECÇÃO AGRÍCOLA. As anguílulas das batatas”. In Jornal de Penafiel, 8º Ano, nº 24, p. 1., 19-01-1894. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 30 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/454.