CARTAS DA MONTANHA. Tondela, 22 de Julho de 1902.
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Título
CARTAS DA MONTANHA. Tondela, 22 de Julho de 1902.
Criador
S/ autor
Fonte
O Jornal de Cantanhede, n.º 684, - 26-07-1902 – pág. 1, col. 4 pág. 2, col. 1
Data
26-07-1902
Colaborador
Pedro Barros
Text Item Type Metadata
Text
O assunto culminante da semana finda foi — e não podia deixar de ser, atendendo a que estamos numa terra essencialmente agrícola — o facto, já plenamente beneficiado, de achar-se quase todo perdido o vinho deste ano. Uma grande invasão de míldio alastrou-se por sobre toda a região vinícola compreendida neste concelho, e destruiu os cachos pendentes das videiras. Atribui-se geralmente a causa deste facto às irregularidades do tempo, e principalmente à humidade atmosférica nesta época do ano em que, o normal seria um calor excessivo e sufocante. De nada valeram os tratamentos preventivos, e quase todos os vinicultores se lamentam de terem perdido o seu tempo e o seu dinheiro na aplicação do enxofre e do sulfato de cobre. Lamenta-se ainda a classe viticultora de ter vendido o vinho da colheita do ano passado, que, atentas as circunstâncias referidas, deveria dar agora um preço assaz remunerador.
Parece que tudo conspira contra a pobre viticultura, à qual será difícil refazer-se dos prejuízos que acaba de sofrer. Pois já lutava com bastantes dificuldades. E, todavia, o fisco implacável estende as garras, e lá tem outra vez o cofre aberto para receber a segunda prestação da contribuição predial. E porque não havia o governo de, atento este estado de coisas, mandar anular os conhecimentos respectivos a esta prestação, pelo menos tia parte tocante às vinhas? E, porque não havia a câmara de representar neste sentido? Parece-me que isto era um acto de rigorosa justiça.
Parece que tudo conspira contra a pobre viticultura, à qual será difícil refazer-se dos prejuízos que acaba de sofrer. Pois já lutava com bastantes dificuldades. E, todavia, o fisco implacável estende as garras, e lá tem outra vez o cofre aberto para receber a segunda prestação da contribuição predial. E porque não havia o governo de, atento este estado de coisas, mandar anular os conhecimentos respectivos a esta prestação, pelo menos tia parte tocante às vinhas? E, porque não havia a câmara de representar neste sentido? Parece-me que isto era um acto de rigorosa justiça.
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Citação
S/ autor, “CARTAS DA MONTANHA. Tondela, 22 de Julho de 1902. ”. In O Jornal de Cantanhede, n.º 684, - 26-07-1902 – pág. 1, col. 4 pág. 2, col. 1 , 26-07-1902 . Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 27 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/473.