SECÇÃO AGRÍCOLA. O Mildew e a calda bordalesa em pó
Dublin Core
Título
SECÇÃO AGRÍCOLA. O Mildew e a calda bordalesa em pó
Criador
Eduardo Sequeira
Fonte
Jornal de Penafiel, 9º Ano, nº 35, p. 1.
Data
19-02-1895
Colaborador
Leonardo Aboim Pires
Text Item Type Metadata
Text
O míldio atacou pouco a vide no ano passado, nos primeiros meses do seu desenvolvimento, o que com que grande número dos nossos viticultores não realizassem aplicações dos preparados cúpricos; porem estes descrentes, ou antes estes desleixados, reconhecem agora as suas faltas ao podar as vides, pois grande parte do varedo não tratado está seco, em virtude dos ataques do míldio em Agosto, que afetaram a vara, prejudicando portanto a rebentação e a frutificação do ano corrente.
Capacitem-se os agricultores de que o míldio está implantado de vez, para sempre, entre nós, e que se em alguns anos, devido às condições meteorológicas especiais, ele causar poucos estragos, anos haverá em que, coincidindo chuvas miúdas com tempo quente, a colheita desaparecerá por completo, como aconteceu no Minho, em 1893.
Devem também lembrar-se todos quantos têm videiras, de que os tratamentos feitos depois do aparecimento da doença, não dão o menor resultado, sendo trabalho, tempo e dinheiro perdidos.
Esta errónea doutrina já fez perder uma prometedora colheita e, ainda, infelizmente, há-de fazer perder muitas mais, pois os tratamentos contra o míldio ou se fazem preventivamente, antes do mal aparecer, ou então é inútil fazê-los. Mesmo que a doença não encontre as precisas condições para o seu desenvolvimento, os tratamentos cúpricos são utilíssimos às videiras, livrando-as de muitos outros parasitas, robustecendo-lhe os tecidos; tornando-as mais fortes e vigorosas. Só por isso deviam todos aplicar os preparados de cobre, o nosso único e verdadeiro salvatério.
O melhor de todos os preparados cúpricos, é, sem dúvida alguma, a calda bordalesa.
A sulfosteatite cúprica também tem dado bom resultado, mas como tratamento intermédio, ou como segundo recurso nos lugares onde a água escasseia, e onde ser muito caro e muito custoso fazer a aplicação da calda bordalesa.
Portanto é na calda que se devem basear todos os tratamentos, e reservar os pós para os ataques dos diferentes Rots que aniquilam os cachos quando começam a amadurecer, e contra os quais a calda é impotente […].
Capacitem-se os agricultores de que o míldio está implantado de vez, para sempre, entre nós, e que se em alguns anos, devido às condições meteorológicas especiais, ele causar poucos estragos, anos haverá em que, coincidindo chuvas miúdas com tempo quente, a colheita desaparecerá por completo, como aconteceu no Minho, em 1893.
Devem também lembrar-se todos quantos têm videiras, de que os tratamentos feitos depois do aparecimento da doença, não dão o menor resultado, sendo trabalho, tempo e dinheiro perdidos.
Esta errónea doutrina já fez perder uma prometedora colheita e, ainda, infelizmente, há-de fazer perder muitas mais, pois os tratamentos contra o míldio ou se fazem preventivamente, antes do mal aparecer, ou então é inútil fazê-los. Mesmo que a doença não encontre as precisas condições para o seu desenvolvimento, os tratamentos cúpricos são utilíssimos às videiras, livrando-as de muitos outros parasitas, robustecendo-lhe os tecidos; tornando-as mais fortes e vigorosas. Só por isso deviam todos aplicar os preparados de cobre, o nosso único e verdadeiro salvatério.
O melhor de todos os preparados cúpricos, é, sem dúvida alguma, a calda bordalesa.
A sulfosteatite cúprica também tem dado bom resultado, mas como tratamento intermédio, ou como segundo recurso nos lugares onde a água escasseia, e onde ser muito caro e muito custoso fazer a aplicação da calda bordalesa.
Portanto é na calda que se devem basear todos os tratamentos, e reservar os pós para os ataques dos diferentes Rots que aniquilam os cachos quando começam a amadurecer, e contra os quais a calda é impotente […].
Ficheiros
Colecção
Citação
Eduardo Sequeira, “SECÇÃO AGRÍCOLA. O Mildew e a calda bordalesa em pó
”. In Jornal de Penafiel, 9º Ano, nº 35, p. 1., 19-02-1895. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 30 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/487.
”. In Jornal de Penafiel, 9º Ano, nº 35, p. 1., 19-02-1895. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 30 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/487.