SECÇÃO AGRÍCOLA. O atrofiamento das vinhas
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Título
SECÇÃO AGRÍCOLA. O atrofiamento das vinhas
Criador
António M. Borges de Araújo
Fonte
Jornal de Penafiel, 11º Ano, nº 20, pp. 1-2.
Data
08-01-1897
Colaborador
Leonardo Aboim Pires
Text Item Type Metadata
Text
Por certos que os nossos leitores não ignorarão que o atrofiamento das videiras, nos tempos que vamos atravessamos, é geral, e motivado por uma aluvião de parasitas animais e vegetais que denodadamente lhe mina a existência, por escassez de substâncias orgânicas que as ajude a viver e por se lhes aplicar um amanho imperfeito e nada conforme à fisiologia vegetal.
Assim como os habitantes do reino animal são combatidos por moléstias que os faz sofrer ou lhe dão a morte, da mesma forma os vegetais estão sujeitas às mesmas leis da natureza, e as fases da sua vida, não sendo reguladas com toda a prudência, segundo a ciência e a prática, aconselha ao homem, o sistema regulador da vida altera-se o vegetal atrofia-se e não tarda a morrer. […]
Para nós é ponto assente e indiscutível que, recebendo as Videiras os tratamentos prescritos pela ciência e dando-se-lhes um amanho que se coaduna com a fisiologia vegetal, as mesmas desenvolver-se-ão regularmente e terão uma vida longa e produtiva. Mas desgraçadamente, por toda a parte observarmos vícios sem conta no tratamento das videiras, desde a plantação até que elas principiam a produzir, e daí até à sua morte!
Uns deixam-lhes logo no primeiro ano de plantação uma carga de varas impossível, lançam-nas em cavachos de dimensões pequeníssimas, faltam-lhes com as estrumações, não revolvem anualmente o terreno, e aplicam-lhes uma poda viciosa e tardia por meio da qual, se outros motivos não houvera, dentro em pouco a morte não se faz esperar. Outros mandam fazer os trabalhos de gabinete e se dão preleções sobre viticultura, mas como ignoram a forma de efetuar estes trabalhos, pois que se vexam de os fiscalizar e presidir à sua execução já mais colhem os resultados que se lhes antolha.
Sem falarmos no vício altamente censurável da plantação, primeira fase que regula a vida do vegetal, nem das estrumações regulares e indispensáveis para o seu desenvolvimento arbóreo e radicular, indicaremos agora apenas o amanho incompleto da poda e o modo de a corrigir. […] A poda curta anual – quatro a cinco olhos o máximo e pouca vara, é os sistema que todo o viticultor, rotineiro ou prático, deve fazer adotar nas suas propriedades, pois que com os outros amanhos, regularizados, com método, as videiras vivem, produzem e desenvolvem-se. […] Portanto não admira que apareçam por todas as partes videiras com um aspeto mau, que morram, podendo, sem erro, atribuir-se os resultados aos vícios que deixamos apontados, muito especialmente ao podar-se com o choro, pois, como dissemos, achando-se a seiva em plena atividade no tecido da planta, uma parte considerável dessa vitalidade perder-se por meio de golpes da poda.
Não faltando pois com o amanho completo e indispensável às Videiras, incluindo os tratamentos, e podando-se antes da circulação da seiva estas emissárias do precioso néctar e do rendimento certo do viticultor, produzirão regularmente e arrostarão com as diversas epifitias que lhes dão combate.
(«Jornal Hortícolo-Agrícola»)
Assim como os habitantes do reino animal são combatidos por moléstias que os faz sofrer ou lhe dão a morte, da mesma forma os vegetais estão sujeitas às mesmas leis da natureza, e as fases da sua vida, não sendo reguladas com toda a prudência, segundo a ciência e a prática, aconselha ao homem, o sistema regulador da vida altera-se o vegetal atrofia-se e não tarda a morrer. […]
Para nós é ponto assente e indiscutível que, recebendo as Videiras os tratamentos prescritos pela ciência e dando-se-lhes um amanho que se coaduna com a fisiologia vegetal, as mesmas desenvolver-se-ão regularmente e terão uma vida longa e produtiva. Mas desgraçadamente, por toda a parte observarmos vícios sem conta no tratamento das videiras, desde a plantação até que elas principiam a produzir, e daí até à sua morte!
Uns deixam-lhes logo no primeiro ano de plantação uma carga de varas impossível, lançam-nas em cavachos de dimensões pequeníssimas, faltam-lhes com as estrumações, não revolvem anualmente o terreno, e aplicam-lhes uma poda viciosa e tardia por meio da qual, se outros motivos não houvera, dentro em pouco a morte não se faz esperar. Outros mandam fazer os trabalhos de gabinete e se dão preleções sobre viticultura, mas como ignoram a forma de efetuar estes trabalhos, pois que se vexam de os fiscalizar e presidir à sua execução já mais colhem os resultados que se lhes antolha.
Sem falarmos no vício altamente censurável da plantação, primeira fase que regula a vida do vegetal, nem das estrumações regulares e indispensáveis para o seu desenvolvimento arbóreo e radicular, indicaremos agora apenas o amanho incompleto da poda e o modo de a corrigir. […] A poda curta anual – quatro a cinco olhos o máximo e pouca vara, é os sistema que todo o viticultor, rotineiro ou prático, deve fazer adotar nas suas propriedades, pois que com os outros amanhos, regularizados, com método, as videiras vivem, produzem e desenvolvem-se. […] Portanto não admira que apareçam por todas as partes videiras com um aspeto mau, que morram, podendo, sem erro, atribuir-se os resultados aos vícios que deixamos apontados, muito especialmente ao podar-se com o choro, pois, como dissemos, achando-se a seiva em plena atividade no tecido da planta, uma parte considerável dessa vitalidade perder-se por meio de golpes da poda.
Não faltando pois com o amanho completo e indispensável às Videiras, incluindo os tratamentos, e podando-se antes da circulação da seiva estas emissárias do precioso néctar e do rendimento certo do viticultor, produzirão regularmente e arrostarão com as diversas epifitias que lhes dão combate.
(«Jornal Hortícolo-Agrícola»)
Ficheiros
Colecção
Citação
António M. Borges de Araújo, “SECÇÃO AGRÍCOLA. O atrofiamento das vinhas
”. In Jornal de Penafiel, 11º Ano, nº 20, pp. 1-2., 08-01-1897. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 26 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/501.
”. In Jornal de Penafiel, 11º Ano, nº 20, pp. 1-2., 08-01-1897. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 26 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/501.