SECÇÃO AGRÍCOLA
Horror ao sulfato de cobre
Dublin Core
Título
SECÇÃO AGRÍCOLA
Horror ao sulfato de cobre
Horror ao sulfato de cobre
Criador
António M. Borges d’Araújo
Fonte
Jornal de Penafiel, 12º Ano, nº 81, p. 2.
Data
09-08-1898
Colaborador
Leonardo Aboim Pires
Text Item Type Metadata
Text
Apesar de estarmos na época em que as moléstias da vinha mais a apoquentam, e, por conseguinte em que os viticultores mais se devem afadigar para lhes darem combate, prevenindo-se com os antídotos que a ciência e a prática vinícola aconselham, é certo que poucos, muito poucos, efetuam aos tratamentos de que ninguém devia prescindir. Uns por descuido e inação, outros por se quererem eximir a gastos; e muitos por lhe escassearem os meios, o que se observa é que o numero dos que aplicaram os tratamentos que, como é sabido, todos são preventivos, é muito limitado; é, pode dizer-se afoitamente, quási que insignificante. Nem os exemplos dos vizinhos, nem os prejuízos sofridos, nem o risco de se exporem a contingências, nada absolutamente nada, demove os incrédulos a empreenderem, sem hesitações, os tratamentos contra a formidável reserva de parasitas que ameaçam de morte a nossa principal riqueza. É triste e desolador.
Esta resultância que se observa por toda a parte, quási que uma indiferença boçal, provem do pouco adiantamento em que se acham as classes sociais do nosso país, que, salvas as exceções devidas, caminha conscientemente para o abismo, não procuram os meios de adquirir a verdadeira felicidade no abençoado solo que pisam.
De forma que já não se crê nos homens públicos, que os sentimentos de decoro se olvidam, assim por identifica forma se não dá crédito devido aos preventivos contra as malditas pragas que infestam os nossos vinhedos, que tão protegidos são nos países onde se cura deste ramo agrícola.
Todos os anos por esta época, nós que tanto amamos a viticultura, não cessamos de chamar a atenção dos lavradores para a urgente necessidade de empreenderem os tratamentos; e como nós o fazemos, outros colegas secundam os nossos esforços, tanto pela imprensa como pela prática, mas pouco temos conseguido, porque o indiferentismo continua e continuará até que as moléstias reduzam consideravelmente as tão indispensáveis colheitas. Até lá, irá tratando quem lê, pratica e acredita nos progressos da ciência. […]
Esta resultância que se observa por toda a parte, quási que uma indiferença boçal, provem do pouco adiantamento em que se acham as classes sociais do nosso país, que, salvas as exceções devidas, caminha conscientemente para o abismo, não procuram os meios de adquirir a verdadeira felicidade no abençoado solo que pisam.
De forma que já não se crê nos homens públicos, que os sentimentos de decoro se olvidam, assim por identifica forma se não dá crédito devido aos preventivos contra as malditas pragas que infestam os nossos vinhedos, que tão protegidos são nos países onde se cura deste ramo agrícola.
Todos os anos por esta época, nós que tanto amamos a viticultura, não cessamos de chamar a atenção dos lavradores para a urgente necessidade de empreenderem os tratamentos; e como nós o fazemos, outros colegas secundam os nossos esforços, tanto pela imprensa como pela prática, mas pouco temos conseguido, porque o indiferentismo continua e continuará até que as moléstias reduzam consideravelmente as tão indispensáveis colheitas. Até lá, irá tratando quem lê, pratica e acredita nos progressos da ciência. […]
Ficheiros
Colecção
Citação
António M. Borges d’Araújo, “SECÇÃO AGRÍCOLA
Horror ao sulfato de cobre”. In Jornal de Penafiel, 12º Ano, nº 81, p. 2., 09-08-1898. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 26 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/528.
Horror ao sulfato de cobre”. In Jornal de Penafiel, 12º Ano, nº 81, p. 2., 09-08-1898. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 26 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/528.