Proença-a-Velha
Dublin Core
Título
Proença-a-Velha
Criador
Um lavrador
Fonte
A DEFESA DA BEIRA, n.º 329, pág. 2, col 5, pág. 3, col. 1
Data
02-09-1900
Colaborador
Pedro Barros
Text Item Type Metadata
Text
Satisfazendo ao pedido de V. a respeito da praga dos gafanhotos que ultimamente invadiu o concelho de Idanha-a-Nova, aí lhe envia uma pequena notícia que muito me honra dando-lhe publicidade no seu jornal.
Apareceu a praga dos gafanhotos vinda de Espanha no meado mês de Julho findo, invadindo os povos da raia e chegando até Idanha-a-Nova, Proença-a-Velha e S. Miguel d´Acha e daqui nos consta que não passou. A praga era numerosíssima, chegando em alguns pontos a cobrir por completo o terreno, tudo eram gafanhotos, fazia-nos recordar a célebre praga do Egipto. Logo que a praga se começou propagar, o governo deu as providências necessárias, encarregando o nosso particular amigo Duarte de Sá Vianna para a sua destruição, pelo que nós, lavradores de Proença, aqui lhe protestamos um voto de sincero reconhecimento pelo zelo e actividade que sua ex. a mostrou na extinção dos ditos gafanhotos.
A apanha dos gafanhotos só aqui em Proença, foi aproximadamente de 16.000 quilogramas, regulando o peso de cada por um grama. O governo pagou-os a 20 reis o quilo, gastando quinhentos e tantos mil reis nos últimos quatro dias da semana que findou em 4 de Agosto e durante a semana seguinte.
Fizeram-nos perdas consideráveis, principalmente nos milhos que mais particularmente procuravam, derrotando-os por completo.
Diz o nosso amigo Sá Vianna, que para a Primavera seguinte teremos nova visita devido aos muitos ovos que deixaram, para o que o governo já tomou as necessárias providências.
Que Deus os afugente e nos deixe em paz.
Um lavrador
Apareceu a praga dos gafanhotos vinda de Espanha no meado mês de Julho findo, invadindo os povos da raia e chegando até Idanha-a-Nova, Proença-a-Velha e S. Miguel d´Acha e daqui nos consta que não passou. A praga era numerosíssima, chegando em alguns pontos a cobrir por completo o terreno, tudo eram gafanhotos, fazia-nos recordar a célebre praga do Egipto. Logo que a praga se começou propagar, o governo deu as providências necessárias, encarregando o nosso particular amigo Duarte de Sá Vianna para a sua destruição, pelo que nós, lavradores de Proença, aqui lhe protestamos um voto de sincero reconhecimento pelo zelo e actividade que sua ex. a mostrou na extinção dos ditos gafanhotos.
A apanha dos gafanhotos só aqui em Proença, foi aproximadamente de 16.000 quilogramas, regulando o peso de cada por um grama. O governo pagou-os a 20 reis o quilo, gastando quinhentos e tantos mil reis nos últimos quatro dias da semana que findou em 4 de Agosto e durante a semana seguinte.
Fizeram-nos perdas consideráveis, principalmente nos milhos que mais particularmente procuravam, derrotando-os por completo.
Diz o nosso amigo Sá Vianna, que para a Primavera seguinte teremos nova visita devido aos muitos ovos que deixaram, para o que o governo já tomou as necessárias providências.
Que Deus os afugente e nos deixe em paz.
Um lavrador
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Colecção
Citação
Um lavrador, “Proença-a-Velha”. In A DEFESA DA BEIRA, n.º 329, pág. 2, col 5, pág. 3, col. 1, 02-09-1900. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 26 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/573.