SECÇÃO AGRÍCOLA
Doença da oliveira
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Título
SECÇÃO AGRÍCOLA
Doença da oliveira
Doença da oliveira
Criador
S/autor
Fonte
Jornal de Penafiel, 15º Ano, nº 84, pp. 1-2.
Data
20-08-1901
Colaborador
Leonardo Aboim Pires
Text Item Type Metadata
Text
Das plantas cultivadas, a oliveira é das que sofre maior número de enfermidades, devidas a diversas causas e influências.
As causas são fungos, insetos e bacilos, ajudados por influências do meio, especialmente, excesso de humidade, na terra, ou inverno muito benigno.
As doenças mais vulgares da oliveira, no nosso país, são a gafa, o arejo e a ferrugem, auxiliados pela humidade; os insetos que mais mal lhe causam são a traça, a mosca, a cochonilha e psila, vulgarmente chamada aranha do cotão, próprias desta árvore, e que mais se desenvolvem no clima mais benigno; e ultimamente descobriu-se que um micróbio, um bacilo, é causa de certos tumores que atacam principalmente os ramos novos e constituem a doença da tuberculose.
Como se vê, podem escrever-se tratados sobre os males que afligem a oliveira, mas o meu fim, por hoje, tratando deste assunto, é dar aos leitores, que as não conhecerem, conhecimento dalguns desses parasitas.
Traça é uma borboleta muito parecida, na forma, com as traças dos cereais e outros frutos, de cor cinzenta, que no estado de larva aparece primeiro roendo o parênquima das folhas, depois os botões e a seguir as flores e os frutos, e que nestas diversas situações foi tomada como pertencendo a diversas espécies. […] O período mais cómodo para atacar este inimigo é em março, quando as larvas vivem nas folhas, o que pode dar-se mais tarde nas localidades menos quentes.
Neste período, feita a poda, dos ramos emaranhados e bastos, e colhidas as folhas com as nodoas indicativas de conterem larvas, queimando tudo, obsta-se a propagação do inseto, e ainda se concorre ao mesmo fim esmagando ou queimando as azeitonas caídas com as larvas dentro.
Os espanhóis julgam que este inseto tem uma só criação por ano, e produz nos ramos novas certas galhas, a princípio tenras e que depois se tornam muito rijas, e que a humidade pode influir na propagação deste mal; por isso recomendam todos os cuidados para retirar a humidade do chão, incluindo repetidas lavouras.
Além disto recomendam também queimar toda a rama da poda, preceito muito para atender, quer as galhas ou verrugas sejam ou não produzidas pela traça, pois que também queimando se destrói as larvas alojadas nas folhas.
A limpeza geral dos musgos e líquenes e da casca gretada, e a consequente pintura com leite de cal, são também sempre de proveito, na cultura de todas as árvores, porque assim se aniquilam os parasitas que aí se abrigam, ou se lhes tira o meio de abrigarem-se.
(Gazeta das Aldeias)
As causas são fungos, insetos e bacilos, ajudados por influências do meio, especialmente, excesso de humidade, na terra, ou inverno muito benigno.
As doenças mais vulgares da oliveira, no nosso país, são a gafa, o arejo e a ferrugem, auxiliados pela humidade; os insetos que mais mal lhe causam são a traça, a mosca, a cochonilha e psila, vulgarmente chamada aranha do cotão, próprias desta árvore, e que mais se desenvolvem no clima mais benigno; e ultimamente descobriu-se que um micróbio, um bacilo, é causa de certos tumores que atacam principalmente os ramos novos e constituem a doença da tuberculose.
Como se vê, podem escrever-se tratados sobre os males que afligem a oliveira, mas o meu fim, por hoje, tratando deste assunto, é dar aos leitores, que as não conhecerem, conhecimento dalguns desses parasitas.
Traça é uma borboleta muito parecida, na forma, com as traças dos cereais e outros frutos, de cor cinzenta, que no estado de larva aparece primeiro roendo o parênquima das folhas, depois os botões e a seguir as flores e os frutos, e que nestas diversas situações foi tomada como pertencendo a diversas espécies. […] O período mais cómodo para atacar este inimigo é em março, quando as larvas vivem nas folhas, o que pode dar-se mais tarde nas localidades menos quentes.
Neste período, feita a poda, dos ramos emaranhados e bastos, e colhidas as folhas com as nodoas indicativas de conterem larvas, queimando tudo, obsta-se a propagação do inseto, e ainda se concorre ao mesmo fim esmagando ou queimando as azeitonas caídas com as larvas dentro.
Os espanhóis julgam que este inseto tem uma só criação por ano, e produz nos ramos novas certas galhas, a princípio tenras e que depois se tornam muito rijas, e que a humidade pode influir na propagação deste mal; por isso recomendam todos os cuidados para retirar a humidade do chão, incluindo repetidas lavouras.
Além disto recomendam também queimar toda a rama da poda, preceito muito para atender, quer as galhas ou verrugas sejam ou não produzidas pela traça, pois que também queimando se destrói as larvas alojadas nas folhas.
A limpeza geral dos musgos e líquenes e da casca gretada, e a consequente pintura com leite de cal, são também sempre de proveito, na cultura de todas as árvores, porque assim se aniquilam os parasitas que aí se abrigam, ou se lhes tira o meio de abrigarem-se.
(Gazeta das Aldeias)
Ficheiros
Colecção
Citação
S/autor, “SECÇÃO AGRÍCOLA
Doença da oliveira
”. In Jornal de Penafiel, 15º Ano, nº 84, pp. 1-2., 20-08-1901. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 30 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/595.
Doença da oliveira
”. In Jornal de Penafiel, 15º Ano, nº 84, pp. 1-2., 20-08-1901. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 30 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/595.