Pragas nos Periódicos

SECÇÃO AGRÍCOLA
Destruição do oídio pela água quente

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Título

SECÇÃO AGRÍCOLA
Destruição do oídio pela água quente

Criador

S/autor

Fonte

Jornal de Penafiel, 18º Ano, nº 76, p. 2.

Data

19-07-1904

Colaborador

Leonardo Aboim Pires

Text Item Type Metadata

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Sabe-se quanto é difícil aplicar o enxoframento com eficácia sobre a vinha, nos anos húmidos como têm sido os últimos.
O tratamento racional ordinário consiste em projetar a flor do enxofre quer com a mão, quer ainda melhor por meio de um aparelho pulverizador, na manha de um dia claro, ao orvalhar. As gotas de água retêm a matéria pulverulante e os raios quentes do sol desenvolvem o ácido sulfuroso que mata o oídio. Se, porém, o dia se conservar frio e enevoado, sobretudo chuvoso, o enxofre conserva-se inerte enquanto a terrível criptogâmica continua as suas devastações.
Há quem recomende o permanganato de potassa na dose de 150 a 200 gr. para um hectolitro de água. A verdade porém é que a eficácia deste tratamento, em diversas circunstâncias não está ainda reconhecida.
Sucede, porém, que um prático francês, o sr. J. Chantrier emprega contra o oídio, e com absoluto êxito, um meio muito simples que acaba de ser comunicado à Sociedade Nacional de Agricultura de França. Trata-se apenas de borrifar a vinha com água a ferver ou quási a ferver.
Projetada com força sobre as folhas e os rebentos, mesmo herbáceos, a água quente destrói instantaneamente o oídio sem fazer mal às plantas. Basta operar assim que se tem conhecimento da terrível criptogâmica e em qualquer tempo.
É objeto da surpresa, em primeiro lugar, verificar uma tal resistência da folha da videira à água fervente. Mas o facto é evidente. Essa resistência é de tal ordem que, ao passo que as outras plantas secam sob a ação da água quente, as vinhas conservam-se indemnes.
O sr. Chantier gaba-se de por esse processo destruir radicalmente o oídio. Mal nota vestígios dele, ataca-o sem demora e sempre com triunfo.
Tão simples processos estão sendo objeto de discussão e estudo experimental em França. Parece-nos que entre nós se poderia fazer o mesmo, pois tal processo não exige grandes despesas.

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Citação

S/autor, “SECÇÃO AGRÍCOLA
Destruição do oídio pela água quente
”. In Jornal de Penafiel, 18º Ano, nº 76, p. 2., 19-07-1904. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 18 de Julho de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/603.

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