O arsénico e a viticultura
Dublin Core
Título
O arsénico e a viticultura
Criador
S/autor
Fonte
Jornal de Penafiel, 22º Ano, nº 76, p. 3.
Data
17-07-1908
Colaborador
Leonardo Aboim Pires
Text Item Type Metadata
Text
Lê-se numa revista científica:
«Os tratamentos arsenicais parecem atrair presentemente a favor da viticultura; o arsénico é o inimigo de uma multidão de insetos temíveis para os vinhedos; mas, se é perigoso para esses parasitas, não o é menos para o homem.
Não haverá perigo algum em impregnar de produto tao nocivo os cachos que um dia nos darão vinho?
A questão, como se vê é interessantíssima.
Mr. Dugart, diretor da estação agronómica de Argel, procurou resolve-la; mas, coisa curiosa: não pode ainda encontra-lhe uma solução decisiva.
É que o arsénico encontra-se muitas vezes no vinho e por causa muito diversas, independentes do tratamento que possa sofrer a vinha.
Seria, pois, necessário, antes de tudo, estar seguro de não estudar senão vinhos ao abrigo dessas causas de intoxicação.
Citemos destas as principais: para a lavagem da vasilhas utiliza-se o ácido sulfúrico do comércio, rico em produtos arsenicais.
Não queremos falar da malevolência; mas a negligencia ou um erro de trabalhador é também uma causa frequente da introdução do arsénico no vinho. Aqui está uma bem sinistra enumeração.
Felizmente, porém, não deve concluir-se disto que o vinho é um líquido tóxico; as impurezas perigosas que ele pode conter, eliminam-se com o tempo, é que provam tranquilizadoras experiências, que demonstram que o arsénico se deposita progressivamente nas borras.
No entanto vê-se que esta questão do arsénico merece ainda alguma atenção da parte dos viticultores e higienistas.
«Os tratamentos arsenicais parecem atrair presentemente a favor da viticultura; o arsénico é o inimigo de uma multidão de insetos temíveis para os vinhedos; mas, se é perigoso para esses parasitas, não o é menos para o homem.
Não haverá perigo algum em impregnar de produto tao nocivo os cachos que um dia nos darão vinho?
A questão, como se vê é interessantíssima.
Mr. Dugart, diretor da estação agronómica de Argel, procurou resolve-la; mas, coisa curiosa: não pode ainda encontra-lhe uma solução decisiva.
É que o arsénico encontra-se muitas vezes no vinho e por causa muito diversas, independentes do tratamento que possa sofrer a vinha.
Seria, pois, necessário, antes de tudo, estar seguro de não estudar senão vinhos ao abrigo dessas causas de intoxicação.
Citemos destas as principais: para a lavagem da vasilhas utiliza-se o ácido sulfúrico do comércio, rico em produtos arsenicais.
Não queremos falar da malevolência; mas a negligencia ou um erro de trabalhador é também uma causa frequente da introdução do arsénico no vinho. Aqui está uma bem sinistra enumeração.
Felizmente, porém, não deve concluir-se disto que o vinho é um líquido tóxico; as impurezas perigosas que ele pode conter, eliminam-se com o tempo, é que provam tranquilizadoras experiências, que demonstram que o arsénico se deposita progressivamente nas borras.
No entanto vê-se que esta questão do arsénico merece ainda alguma atenção da parte dos viticultores e higienistas.
Ficheiros
Colecção
Citação
S/autor, “O arsénico e a viticultura”. In Jornal de Penafiel, 22º Ano, nº 76, p. 3., 17-07-1908. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 30 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/665.