AGRICULTURA. Míldio do cacho
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Título
AGRICULTURA. Míldio do cacho
Criador
M. Rodrigues de Moraes
Fonte
Jornal de Penafiel, 23º Ano, nº 80, p. 1.
Data
06-08-1909
Colaborador
Leonardo Aboim Pires
Text Item Type Metadata
Text
Desde o meio de Junho recebi diversas amostras de cachos doentes; ordinariamente tinham o pedúnculo atacado de nódoa negra, atravessando o tecido, e negros estavam também os pequenos bagos, uns ainda em flor, outros a limpar.
Como não havia inflorescência, nem manifestação externa, de qualquer fungo, ninguém , podia dizer qual a causa do mal; postos, porém, esses cachos em observação num meio conveniente, prontamente se revelou em quási todos, o «botryis cinérea» e em poucos se deu leve manifestação de míldio. A podridão produzida pelo «botryis» foi, parece-me que, sem dúvida a causa da maior mortandade que houve nos cachos, durante o mês de Junho, devido às chuvas intercaladas de calor.
Ultimamente, e desde que se tem conservado a temperatura mais alta, tem-me vindo amostras de cachos com bagos limpos e visivelmente atacados de míldio «peronospora vitícola» ou «plasnsopora», como mais recentemente lhe chamara.
Contra o «botryis», como contra o míldio (forma grey-rot) do cacho em flor, a luta é difícil, porque o mal ataca sempre rapidamente o pedúnculo no caso do «botryis» e muitas vezes no caso do «grey-rot» e não dá tempo neste caso a salvar os cachos atacados, tornando-se por isso necessário que o tratamento seja preventivo, que o remédio seja aplicado antes que a doença apareça.
O remédio contra o «botryis» deve ser aplicado essencialmente em forma de pó, entrando sempre na sua composição o alúmen ou gesso calcinado, como absorventes, a esteatite para dar aderência e cobre antissético.
A fórmula francesa da esteatite cúprica calcinada, pode dar resultado, mas quando o mal seja intenso não deixará de aplicar-se a calda cúprica mesmo na ocasião da alimpa, o que não deve fazer-se sem necessidade. […]
Ora sendo assim, e é por que o diz que sabe e o vi confirmado na minha prática deve sulfatar-se a vinha mesmo depois de atacada de míldio para salvar os pâmpanos, e os cachos não atacados no pedúnculo, para impedir que vinguem os esporos e assim evitar ou pelo menos tornar menos violento o ataque seguinte, que é fatal, e por isso se aconselha sulfatar mais de uma vez, ordinariamente três nos anos de ataque regular; se o primeiro tratamento não prevenir contra o primeiro ataque previne contra o seguinte.
Como não havia inflorescência, nem manifestação externa, de qualquer fungo, ninguém , podia dizer qual a causa do mal; postos, porém, esses cachos em observação num meio conveniente, prontamente se revelou em quási todos, o «botryis cinérea» e em poucos se deu leve manifestação de míldio. A podridão produzida pelo «botryis» foi, parece-me que, sem dúvida a causa da maior mortandade que houve nos cachos, durante o mês de Junho, devido às chuvas intercaladas de calor.
Ultimamente, e desde que se tem conservado a temperatura mais alta, tem-me vindo amostras de cachos com bagos limpos e visivelmente atacados de míldio «peronospora vitícola» ou «plasnsopora», como mais recentemente lhe chamara.
Contra o «botryis», como contra o míldio (forma grey-rot) do cacho em flor, a luta é difícil, porque o mal ataca sempre rapidamente o pedúnculo no caso do «botryis» e muitas vezes no caso do «grey-rot» e não dá tempo neste caso a salvar os cachos atacados, tornando-se por isso necessário que o tratamento seja preventivo, que o remédio seja aplicado antes que a doença apareça.
O remédio contra o «botryis» deve ser aplicado essencialmente em forma de pó, entrando sempre na sua composição o alúmen ou gesso calcinado, como absorventes, a esteatite para dar aderência e cobre antissético.
A fórmula francesa da esteatite cúprica calcinada, pode dar resultado, mas quando o mal seja intenso não deixará de aplicar-se a calda cúprica mesmo na ocasião da alimpa, o que não deve fazer-se sem necessidade. […]
Ora sendo assim, e é por que o diz que sabe e o vi confirmado na minha prática deve sulfatar-se a vinha mesmo depois de atacada de míldio para salvar os pâmpanos, e os cachos não atacados no pedúnculo, para impedir que vinguem os esporos e assim evitar ou pelo menos tornar menos violento o ataque seguinte, que é fatal, e por isso se aconselha sulfatar mais de uma vez, ordinariamente três nos anos de ataque regular; se o primeiro tratamento não prevenir contra o primeiro ataque previne contra o seguinte.
Ficheiros
Colecção
Citação
M. Rodrigues de Moraes, “AGRICULTURA. Míldio do cacho”. In Jornal de Penafiel, 23º Ano, nº 80, p. 1., 06-08-1909. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 30 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/675.