Moléstia das laranjeiras
Dublin Core
Título
Moléstia das laranjeiras
Criador
J. J. d' Azevedo Júnior
Fonte
O Fayalense, nº8, p.3
Data
18-09-1859
Text Item Type Metadata
Text
No Fayalense nº 6 vem transcrita parte de uma correspondência publicada no Archivo Rural relativa à moléstia das laranjeiras, assunto que há pouco me ocupou e a que hoje volto por divergir da opinião do distinto articulista do Archivo.
Não aprovo o corte das laranjeiras com a lágrima pelas seguintes razões: 1º porque o tratamento, que indiquei, feito a tempo, é eficaz como a experiência o tem confirmado nas quintas dos proprietários enérgicos e inteligentes; 2º porque geralmente a laranjeira com a lágrima tem as raízes cancrosas, e neste caso é inútil o decote total, porque a ferida fica sempre abaixo de todo e qualquer corte praticável; 3º porque a maior parte dos nossos laranjais estão mórbidos por terem sido cortados quando apareceu o coccus hesperidum, quer dizer, como eram árvores anosas os renovos não cobriam toda a superfície cortada, e as águas infiltrando-se originaram a moléstia reinante; 4º por ser um tratamento antieconómico e reduzir uma quinta a zero por alguns anos; 5º porque quando a moléstia o exigisse só deveriam ser cortadas as laranjeiras novas, sendo as anosas substituídas por outras.
Nunca se deve decotar uma árvore totalmente senão quando a necessidade absolutamente o exigir, por ser um tratamento que não é lógico nem económico, nem compatível com sistema algum terapêutico. [J.J. d’ Azevedo Junior]
Não aprovo o corte das laranjeiras com a lágrima pelas seguintes razões: 1º porque o tratamento, que indiquei, feito a tempo, é eficaz como a experiência o tem confirmado nas quintas dos proprietários enérgicos e inteligentes; 2º porque geralmente a laranjeira com a lágrima tem as raízes cancrosas, e neste caso é inútil o decote total, porque a ferida fica sempre abaixo de todo e qualquer corte praticável; 3º porque a maior parte dos nossos laranjais estão mórbidos por terem sido cortados quando apareceu o coccus hesperidum, quer dizer, como eram árvores anosas os renovos não cobriam toda a superfície cortada, e as águas infiltrando-se originaram a moléstia reinante; 4º por ser um tratamento antieconómico e reduzir uma quinta a zero por alguns anos; 5º porque quando a moléstia o exigisse só deveriam ser cortadas as laranjeiras novas, sendo as anosas substituídas por outras.
Nunca se deve decotar uma árvore totalmente senão quando a necessidade absolutamente o exigir, por ser um tratamento que não é lógico nem económico, nem compatível com sistema algum terapêutico. [J.J. d’ Azevedo Junior]
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Colecção
Citação
J. J. d' Azevedo Júnior, “Moléstia das laranjeiras”. In O Fayalense, nº8, p.3, 18-09-1859. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 30 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/7.