PELA AGRICULTURA

PELA AGRICULTURA

S/autor

Damião de Goes, Ano 8º, nº 405, p. 2.

01-10-1893

Leonardo Aboim Pires

Numa brochura muito interessante, publicada sobre a direção da União Agrícola e Vitícola do arrondisement de Chalon-sur-Saône, Mr. Chapot, professor de ciências naturais na escola prática de agricultura e viticultura de Fontaines, assinala a aparição de um novo inseto nas novas plantações de vinhas enxertadas.
Esse inseto, o Helops lanipes, ataca os enxertos. Estudou-se e constatou-se mesmo que os seus estragos não se limitavam somente às vinhas enxertadas e recentemente plantadas, mas que se estendiam aos viveiros de enxertos em estacas.
Como indica M. Chapot, os estragos são causados pela larva do inseto que, quando adulto, mede cerca de três centímetros de comprimento […] As larvas vivem dois anos no solo, depois vão a uma certa profundidade para se transformarem em insetos perfeitos, com o corpo oblongo, convexo, de 10 a 12 milímetros de comprimento de cor metálica e brilhante na parte superior. […]
Se para proteger as novas plantas enxertadas, feita já a plantação, ou os enxertos postos em viveiro, o agricultor os abacela de modo a enterrar os gomos, este antes de rebentar crescem e depois abrem dando folhas amarelas. É então que as larvas do Helops, que se alimentam extraordinariamente de folhas murchas ou só amarelas e estioladas, atacam os rebentos e os cortam completamente. […] Seja, porém, como for, vê-se que o Helops é um inimigo muito para recear.