Pragas nos Periódicos

PELA AGRICULTURA

Dublin Core

Título

PELA AGRICULTURA

Criador

S/autor

Fonte

Damião de Goes, Ano 9º, nº 436, p. 2.

Data

06-05-1894

Colaborador

Leonardo Aboim Pires

Text Item Type Metadata

Text

É geralmente sabido que os insetos causam prejuízos incalculáveis nas searas. Existem milhares de espécies de insetos que se propagam com uma rapidez e fecundidade espantosas e que vivem quási dos vegetais que se cultivam.
Contra esses terríveis e impercetíveis inimigos é impotente o agricultor; e só os pequenos pássaros o podem por a coberto de grande parte deles. Os pássaros são assim dizer os protetores naturais das colheitas, uns preciosos auxiliares da agricultura.
Sem eles, os insetos devorariam tudo: os trigos, as pastagens e os frutos seriam destruídos pela miríade de parasitas que o agricultor não tem defesa.
A maior parte dos pássaros dos nossos campos alimenta-se de insetos e impedem, assim, a sua multiplicação.
É pois, de grande utilidade, proteger os pequenos pássaros.
Se toda a planta tem um inseto que a destrói, também assim um pássaro que a defende, alimentando-se do inseto.
As corujas e os mochos devoram em cada ano milhares de pequenos roedores.
O cuco alimenta-se de lagartas. A toutinegra faz um consumo enorme de pulgões e outros insetos semelhantes. A cotovia consome lagartas e gafanhotos. O tordo e o melro são grandes comedores de lesmas. O estorninho procura as lesmas e as lagartas nas raízes, e devora a bicharia que atormenta os animais domésticos. O pintassilgo destrói as sementes do cardo que invade os campos e prejudica muito a terra e as culturas.
Um tentilhão pode destruir mais de 400 insetos num dia. Se se atender à fecundidade dos insetos reconhece-se que é considerável o número de grãos de trigo ou de bagos de uva salvos por aqueles pássaros.
Pelo que fica exposto, vê-se, portanto que são importantes os serviços que prestam aos agricultores os pequenos pássaros, infatigáveis caçadores de insetos.

*

O Propagateur Agricole et Viticole, dá para o tratamento contra o míldio, as últimas fórmulas da calda bordalesa, que são:
PRIMEIRA
Sulfato de cobre – 3 kilos
Cal gorda em pedra – 1 k. 500 gr.
Água – 105 litros
SEGUNDA
Sulfato de cobre – 3 kilos
Cal gorda em pedra – 1 k. 500 gr.
Água – 105 litros
Para fazer a mistura dissolve-se dum lado o sulfato de cobre nos 100 litros de água, desfazendo-se do outro lado, a cal nos restantes 5 litros de água. Esta última solução de sulfato de cobre, tendo o cuidado de mexer a mistura durante a operação e ainda algum tempo depois.
Forma-se desta forma uma calda de uma bela cor azul. Logo que se deixa assentar, produz-se um certo depósito, pelo que se deve, ao aplicar o tratamento, agitar a mistura de modo a torna-la homogénea.
As soluções e a mistura devem fazer-se em recipientes que o sulfato de cobre não possa atacar.
O sulfato de cobre dissolve-se muito depressa: mas se se quiser ativar a dissolução, aquece-se uma certa quantidade de água (4 a 5 litros por 2 kilos de sulfato de cobre) na qual se deitarão os cristais, completando depois com água fria e a solução de cal, logo que a primeira mistura tenha arrefecido.
É preciso atender a que é a solução de cal que se vasa na de cobre, não devendo praticar-se o inverso.
[…]

Ficheiros

Colecção

Citação

S/autor, “PELA AGRICULTURA”. In Damião de Goes, Ano 9º, nº 436, p. 2., 06-05-1894. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 26 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/998.

Geolocalização