Vencedores 2024 Prémio Alumni NOVA FCSH

 

 

 

PRÉMIO CARREIRA – CIÊNCIAS SOCIAIS 

Rodrigo Guedes de Carvalho

Jornalista, escritor e guionista, Rodrigo Guedes de Carvalho, é pivô do noticiário Jornal da Noite e subdiretor de informação da SIC. É licenciado em Ciências da Comunicação (à data Comunicação Social) na NOVA FCSH.

Iniciou a sua carreira jornalística no centro de formação da RTP e, em 1991, aceita o convite de Emídio Rangel para ir para a SIC, onde se tornou o mais reconhecido apresentador de telejornal da televisão portuguesa. Em 1997, recebeu o Prémio Especial do Júri do Festival FIGRAe, França, pela reportagem A condição humana (sobre urgências hospitalares).

A par da importância da sua carreira jornalística, notória e prestigiante a vários níveis, Rodrigo Guedes de Carvalho é também romancista (tendo publicado diversos títulos premiados e reconhecidos pela crítica, como Daqui a Nada, A Casa Quieta, O Pianista de Hotel, As Cinco Mães de Serafim), argumentista (Alta Fidelidade, Coisa Ruim, Entre os Dedos) e autor da peça de teatro Os Pés no Arame.

A carreira de Rodrigo Guedes de Carvalho ilustra o valor da formação conferida pela NOVA FCSH, na medida em que se constitui como uma referência no jornalismo, pelo seu apego ao rigor na veiculação de informação, ao compromisso com um trabalho jornalístico pautado pela isenção e pelo impacto na discussão rigorosa de um vasto conjunto de temas de relevância para a sociedade e para a cultura.

A sua atividade literária atesta o potencial da NOVA FCSH na formação de espíritos livres, críticos e comprometidos com a arte e a cultura. É de particular relevância, pelo exemplo da sua dedicação ao bem comum, o facto de ser o autor do poema Cansada, que é o hino da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima.

O prémio Carreira não distingue apenas o percurso profissional e humanista de Rodrigo Guedes de Carvalho, mas constitui-se como um exemplo a seguir para as novas gerações de jornalistas formados pela nossa instituição.

 

 

 

PRÉMIO CARREIRA – ARTES

Gabriela Canavilhas

Gabriela Canavilhas é presidente da Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva. Este prémio reconhece o valor imenso da sua carreira como pianista simultaneamente comprometida com a arte e com o serviço público.

Ao longo da sua carreira artística, como pianista, gravou sete discos e atuou nos EUA, Itália, Brasil, Macau e Alemanha.

Criou o Festival MusicAtlântico (Açores, 1999-2009) e dirigiu o Festival de Música de Sintra (2018-2022). É autora de programas da SIC Notícias (Obra Prima, vencedor do Prémio APOM) e Antena 2. Foi presidente da Orquestra Metropolitana de Lisboa, diretora regional da Cultura dos Açores, ministra da Cultura (2009-2011) e deputada da Assembleia da República.

Licenciada em Ciências Musicais pela NOVA FCSH, tem o Curso Superior de Piano. Terminou de escrever a tese de doutoramento em 2022, sob o tema «Heroínas da ópera do primeiro romantismo: as vozes de um discurso de género no bel canto», aliando o seu conhecimento artístico à prática reflexiva sobre as artes e o seu comprometimento com o papel das mulheres na sociedade.

Recebeu o diploma de mérito da Accademia Musicale Chigiana, o 1º prémio da competição internacional Città di Moncalieri e a Insígnia Autonómica de Reconhecimento do Governo Regional dos Açores.

Gabriela Canavilhas constitui um exemplo da formação humanista que a NOVA FCSH confere aos seus alunos e o potencial da nossa instituição no desenvolvimento de perfis profissionais plurais fortemente comprometidos com a causa pública, de que o exercício de funções políticas é parte integrante.

O seu papel no fomento da educação artística dos mais novos merece particular destaque, evidenciando-se como professora de piano no Conservatório de Lisboa e no seu envolvimento em instituições que promovem o ensino das artes nas suas diferentes expressões.

 

 

 

 

PRÉMIO CARREIRA – HUMANIDADES

José Luís Peixoto 

Escritor com uma notável e reconhecida obra, José Luís Peixoto licenciou-se em Estudos Portugueses na NOVA FCSH.

O seu trabalho literário foi cedo reconhecido que, com apenas 27 anos, venceu o Prémio Literário José Saramago com o seu romance de estreia “Nenhum olhar”. A esta obra seguiu-se uma vasta produção literária a que ao romance se associam a produção de poesia, de literatura de viagens e de literatura infanto-juvenil, com cerca de três dezenas de títulos com uma qualidade unanimemente reconhecida, como se pode verificar pelo conjunto de prémios e distinções que tem recebido ao longo da sua carreira. A forma como retrata a ruralidade, a dimensão autobiográfica, a exploração das relações familiares e pessoais e da história de Portugal atravessam toda a sua produção, que nessa teia de abordagens a tornam única.

A sua obra está traduzida e publicada em mais de vinte línguas, constituindo-se, assim, como um importante embaixador da arte, da literatura e da cultura portuguesas, tendo o jornal Financial Times reconhecido o seu romance de estreia como um dos melhores romances publicados em Inglaterra em 2007.

À sua atividade literária associa-se uma vasta produção como colunista em vários jornais e revistas portugueses, bem como um forte compromisso com a promoção dos hábitos de leitura, em particular junto dos mais jovens, colaborando regularmente com as bibliotecas escolares e o Plano Nacional de Leitura.

A atribuição deste prémio reconhece não apenas a elevada qualidade de José Luís Peixoto, mas também simboliza a referência que constitui para os alunos da FCSH, pelo seu perfil humanista e pela capacidade crítica e reflexiva que a nossa Faculdade lhe proporcionou.

 

 

 

PRÉMIO REVELAÇÃO – CIÊNCIAS SOCIAIS

Inês Sarti Pascoal

Doutoranda em Geografia e Planeamento Regional, concluiu o seu Mestrado em Urbanismo Sustentável e Ordenamento do Território, tendo investido na formação em Ciências Sociais, após a sua licenciatura em Biologia. Trabalha na área da sustentabilidade ambiental desde 2015, tendo integrado diferentes equipas de trabalho, em meio autárquico, associativo e empresarial.

Foi a partir do momento em que começou a deslocar-se de bicicleta em meio urbano que percecionou os obstáculos nas cidades portuguesas para a adoção deste meio de transporte, tendo desenvolvido uma sensibilidade particular sobre as dificuldades colocadas às mulheres. Esta perceção e tomada de consciência sobre a sustentabilidade das cidades e as desigualdades que lhe podem ser inerentes nortearam a sua investigação de mestrado sobre desigualdade de género na mobilidade em bicicleta, trabalho que atualmente aprofunda nos seus estudos no doutoramento.

É ativista urbana, dedicando-se à ação local entre Almada e Lisboa, tendo integrado em modo voluntário associações, coletivos e iniciativas de promoção de mobilidade mais sustentável, inclusiva e segura, nas cidades, contribuindo, assim, para o desenvolvimento da sociedade nas dimensões social, económica e ambiental.

Inês Sarti Pascoal é, pois, um exemplo claro da relação que a NOVA FCSH promove entre diferentes áreas do saber, da conexão entre a intervenção cívica e social e a necessidade de modelar e fundamentar essa ação cidadã e política no estudo e na evidência científica.

A sua carreira enquanto investigadora atesta o quanto as Ciências Sociais e Humanas se afirmam para uma intervenção consciente e esclarecida para um pensamento novo sobre a organização das cidades e para a ação concreta e eficaz na resolução dos desafios colocados pelos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável.

 

 

 

 

 

PRÉMIO REVELAÇÃO – ARTES

Edward Ayres Abreu 

Após a sua formação em Composição na Escola Superior de Música de Lisboa, Edward Ayres de Abreu concluiu o Mestrado e o Doutoramento em Ciências Musicais, na variante de Musicologia Histórica, tendo ainda complementado a sua formação com um Executive MBA pela AESE Business School. Ao longo do seu percurso académico, foi bolseiro da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, da Imprensa Nacional — Casa da Moeda e da AESE Business School.

O trabalho que Edward Ayres d’Abreu tem vindo a desenvolver no âmbito das esferas musical e musicológica portuguesas, e dos seus públicos, é notável e singular pela sua pertinência, qualidade, grau de impacto social e inovação, contribuindo de forma expressiva para o desenvolvimento comunitário e social bem como para o reconhecimento da qualidade de ensino da NOVA FCSH. Os projetos de Ayres de Abreu, incluindo a sua produção científica e artística, demonstram uma visão plena e profunda do panorama cultural português, das suas características e lacunas e desenvolvem-se com grande saber empreendedorístico sendo dirigidos não só às comunidades artísticas, mas também a segmentos populacionais amplos e multifacetados.

Assumiu, em setembro de 2022, um cargo da maior notoriedade no panorama cultural português – Diretor do Museu Nacional da Música, no qual se encontra a gerir um dos projetos mais ambiciosos (na área da Cultura) das últimas décadas em Portugal – a transferência do espólio do Museu para o Palácio Nacional de Mafra, incluindo a conceção de todos os aspetos da exposição permanente e da filosofia do equipamento no que respeita exposições temporárias, programação musical e musicológica, e enquadramento social em Mafra, a sua relação com estruturas nacionais e internacionais. Fundou e dirigiu (2009-2022) o MPMP Património Musical Vivo, plataforma distinguida com o Prémio de Música Sequeira Costa (2018), no qual desenvolveu numerosos projetos que vão da edição de livros, partituras e discografia à direção da revista Glosas, dedicada à divulgação da música de tradição erudita ocidental nos países de língua portuguesa, passando por dinamização e programação musical. O seu trabalho nestes vários contextos, nos quais se destaca a sua elevada proficiência em gestão cultural, contribuiu para uma forte disseminação e circulação pública de produção musical portuguesa e brasileira, em larga medida original, inédita ou desconhecida, de várias épocas e quadrantes. De modo intrinsecamente articulado com esta ação, tem vindo a contribuir igualmente vivamente para a disseminação científica, promovendo e divulgando o pensamento crítico sobre a prática artística. Integra, além disso, a Direção da Sociedade Portuguesa de Investigação em Música desde 2021, principal associação de musicólogos no nosso país. Foi múltiplas vezes premiado, como se pode verificar na sua biografia, como musicólogo, gestor cultural e programador. Ayres d’Abreu é igualmente compositor, com um número substancial de obras produzidas e estreadas no nosso país, incluindo 3 óperas.

O percurso académico e profissional de Edward Ayres d’Abreu constitui um motivo de orgulho para a NOVA FCSH, mas sobretudo um exemplo para os jovens estudantes que nele podem ver uma referência e um exemplo da associação entre a atividade artística, de gestão e investigativa.

 

 

 

PRÉMIO REVELAÇÃO – HUMANIDADES

Afonso Reis Cabral  

Licenciado em Estudos Portugueses e Lusófonos pela NOVA FCSH, onde obteve igualmente o mestrado em Estudos Portugueses, Afonso Reis Cabral é um notável romancista, vencedor do Prémio Literário José Saramago, com o romance Pão de Açúcar, sobre o homicídio de Gisberta no Porto. O seu romance de estreia O meu irmão venceu o Prémio Leya, em 2014.

Afonso Reis Cabral combina a sua atividade de escritor com uma carreira como editor e revisor em várias editoras.

Em setembro de 2019, publicou o livro Leva-me Contigo sobre uma viagem a pé pela Estrada Nacional 2, que foi descrevendo nas redes sociais.

Desde 15 de Março de 2022 que é presidente da Fundação Eça de Queiroz.

Para a qualidade da sua produção literária e para o humanismo patente da sua escrita contribuíram a formação que lhe foi conferida na NOVA FCSH e a oportunidade que a Faculdade proporciona aos seus alunos de contacto precoce com experiências culturais enriquecedoras. Afonso Reis Cabral afirmou-se cedo como um escritor com uma maturidade pouco usual, sendo um motivo de orgulho para a nossa Faculdade.