Docentes da NOVA asseguram 2,7 milhões de euros para jornalismo de investigação baseado em ciência

Quatro docentes da Universidade NOVA de Lisboa, em conjunto com o European Journalism Centre, sedeado nos Países Baixos, acabam de assegurar uma bolsa de 2,7 milhões de euros do programa Europa Criativa, da União Europeia, para apoiar projetos de jornalismo de investigação baseados em ciência.

O programa vai desenvolver-se ao longo dos próximos dois anos em toda a Europa, foi batizado como Journalism and Science Alliance (Aliança Jornalismo-Ciência) e tem como principal característica o facto de as equipas concorrentes terem de ser constituídas por, pelo menos, um jornalista e um cientista.

“O objetivo é que os cientistas contribuam com o trabalho científico necessário para fundamentar as investigações jornalísticas”, explica António Granado, professor da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (NOVA FCSH) e líder do projeto. “Este facto possibilitará a exploração de temas mais complexos, garantindo a fiabilidade da informação reportada.”

Para Ana Sanchez, professora do Instituto de Tecnologia Química e Biológica da NOVA e também membro do projeto, o programa abre uma “oportunidade extraordinária” de colaboração entre cientistas e jornalistas: “Um jornalismo de investigação enriquecido pela investigação científica reforça também o papel da ciência na sociedade, realçando a importância dos factos e das explicações baseadas em evidências.”

Paulo Nuno Vicente e Pedro Coelho, ambos docentes da NOVA FCSH, são os outros elementos da equipa responsável por este programa, que espera apoiar, nos próximos dois anos, à volta de 75 projetos de jornalismo de investigação. Para já, a equipa da NOVA e o European Journalism Centre vão preparar o regulamento do programa e lançar a primeira chamada para projetos ainda antes do início do verão de 2025.

“A atribuição desta bolsa reforça o papel que a NOVA tem tido na promoção do jornalismo de qualidade em Portugal e, a partir de agora, também noutros países europeus”, refere João Sàágua, Reitor da Universidade NOVA de Lisboa. “É também o reconhecimento da importância que as instituições de Ensino Superior podem ter no combate à desinformação”.