Tradicionalmente, os estudos antropológicos têm-se centrado nas tradições, nos costumes e no património cultural, frequentemente negligenciando a inter-relação entre ações presentes e aspirações futuras. Este seminário propõe abordar esta lacuna, explorando como os imaginários e as projeções de futuros influenciam as práticas sociais no presente e vice-versa.
São introduzidos conceitos emergentes, além de estratégias metodológicas, para enquadrar o futuro como objeto legítimo de investigação antropológica e operacionalizar o seu estudo. Para o efeito, parte-se da ideia do caráter multitemporal da realidade social, articulando-se as perspetivas da filosofia do tempo histórico de Reinhart Koselleck e da antropologia do tempo de Alfred Gell, e é apresentado um caso de estudo sobre a implementação da saúde digital em Portugal.
O objetivo é promover um debate mais amplo sobre a temporalidade como dimensão central na compreensão das dinâmicas sociais contemporâneas.
