16
Set
Mostra bibliográfica: António Ramos Rosa
Bibliotecas NOVA FCSH
Todo o dia (16 Set a 17 Out 2024)
NOVA FCSH, Av. de Berna, Átrio da Torre B

De funcionário de escritório a poeta, António Ramos Rosa foi uma figura determinante do panorama literário português. Nascido a 17 de outubro de 1924 foi apenas a partir dos anos 50 que António Ramos Rosa deixou de ser “o funcionário cansado dum dia exemplar” para se dedicar às palavras que estavam “soterradas na prisão” da sua vida, como descreve no seu poema “O Funcionário Cansado”.

No centenário do seu nascimento, a Divisão de Bibliotecas e Documentação da NOVA FCSH assinala o seu legado com uma mostra bibliográfica que, através de retratos de António Ramos Rosa recolhidos por Maria José Palla, antiga docente na NOVA FCSH, propõe um percurso pelo trabalho não só de poeta, mas também do tradutor e do homem das letras, granjeado com o Prémio Pessoa em 1988.

A partir de 16 de setembro, A Construção do Corpo (1969), A Palavra e o Lugar (1977) ou Dinâmica Subtil (1984) são algumas das primeiras edições que podem ser encontradas no átrio da Torre B, no campus da Av. Berna, que estão assinadas e dedicadas pelo autor a Luiza Neto Jorge, poetisa com quem Ramos Rosa colaborou em vários trabalhos e de quem tinha uma relação bastante próxima, cujo espólio está à guarda da NOVA FCSH.

Além de poeta, Ramos Rosa foi também fundador e colaborador em inúmeras revistas literárias, como Árvore, Cadernos de Poesia ou Seara Nova, que podem ser vistos na mostra bibliográfica. Foi também coordenador dos Cadernos do Meio Dia. Antologia de Poesia, Crítica e Ensaio, uma publicação cujos fundadores afirmavam ser não periódica para tentar escapar ao controlo da PIDE, intento que saiu gorado pois os números quatro e cinco da revista viriam a ser proibidos em 1960. Anos antes, o poeta já tinha desenvolvido a sua militância política associando-se ao Movimento de União Democrática (MUD), tendo sido inclusive preso pelo regime de Salazar.

Traduziu para português obras de Michel Foucault, Jacques Borel, Paul Eluard, Edoardo Sanguineti, Franco Fortini, Emmanuel Mounier, Boris Pasternak ou Stendhal, a partir do francês ou do castelhano, traduções disponíveis nas Bibliotecas da NOVA FCSH, tendo sido distinguido também nesta área, com o prémio Fundação de Hautevilliers para o Diálogo de Culturas em 1976.

 

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