“Noites Claras”, um filme de Paulo Filipe Monteiro
Sete anos após a sua última longa-metragem, Paulo Filipe Monteiro professor catedrático do Departamento de Ciência da Comunicação da NOVA FCSH volta a estrear um filme nos cinemas nacionais. “Noites Claras”, produzido pela Ukbar Filmes, tem antestreia no Cinema São Jorge, em Lisboa, a 29 de janeiro, e estreia oficial a 30 de janeiro, estando em exibição nas salas de cinema NOS em todo o país.
O filme retrata a história de dois irmãos que, ao enfrentarem os seus próprios desafios, embarcam num processo de autodescoberta e transformação interior. Com uma abordagem sensível e um olhar atento à complexidade humana, “Noites Claras” destaca-se pelo tratamento profundo de temas atuais como a depressão pós-parto, explorada através de uma das personagens principais. Neste filme é mostrada uma outra Lisboa, a da arquitetura contemporânea, que quase não tem sido vista no cinema português. Enquanto cenário e personagem, a cidade, desempenha um papel central na narrativa, com as ruas e os espaços da cidade a serem retratados com uma poesia visual marcante.
“Noites Claras” conta com a participação de 11 estudantes da NOVA FCSH, entre eles Duarte Melo (o protagonista Nuno), Huba Mateus (barman e estagiário de imagem na rodagem) e Pedro Paz (bailarino e responsável pela direção da cena de Contact Improvisation). No elenco, encontram-se também nomes como Beatriz Godinho, Romeu Runa, Lídia Franco, Custódia Gallego, António Durães, Pedro Lacerda, Rita Loureiro, Fran Martínez e Bartolomeu Figueira. Para além de realizar, Paulo Filipe Monteiro é, também, o autor do argumento.
Sinopse:
Lídia não sabe o que fazer com a nova vida que cresce dentro de si. Lauro, por sua vez, compreende o que o corpo e a alma lhe pedem, mas reconhece que não é fácil aceitar essa verdade, nem partilhá-la com os outros. Todas as famílias interagem à sua maneira. Cada uma, à sua forma, faz felizes ou infelizes os que a ela pertencem. Mesmo que pouco se vejam, como o caso destes irmãos afastados que mal se viram ao longo dos anos. Contudo, os problemas que enfrentam acabam por uni-los, dando-lhes a coragem necessária para reinventarem as suas vidas.
Nota do realizador:
“É um filme centrado nas personagens e nos atores, mas também na sua relação com os espaços (como já Paulo Rocha pedia). Quis filmar uma outra Lisboa, arquiteturas contemporâneas desafiantes, de que tanto gosto. Noites Claras decorre todo sob o signo do paradoxo, desde logo por essa situação de afundamento da mãe perante uma nova vida que irrompe, saudável, do seu corpo. Mas também porque trabalha sobre diferentes registos, o melodrama, a quase tragédia, a comédia subtil. Vive de pequenas tensões, emoções, subtilezas, ironias, empatias. Há uma fluidez que é alimentada pela dança das personagens em várias cenas e da câmara quase sempre, de modo que aos prazeres habituais do cinema junta-se o júbilo de ver os corpos ultrapassarem os seus limites habituais. Uma quinta paixão, já mais do que platónica, a desenvolver no futuro.”
Noites Claras estreia nos Cinemas NOS/Lusomundo a 30 de janeiro.