Os jingles como política afetiva nas eleições de 2022 no Brasil
Os jingles como política afetiva nas eleições de 2022 no Brasil é um seminário permanente do Grupo de Investigação de Etnomusicologia e Estudos em Música Popular. O evento decorre no dia 23 de abril às 16h00 na sala A304 do campus da Avenida de Berna e online., via Zoom.
Kjetil Klette-Bøhler | University of South-East Norway
Até que ponto podem os jingles nas campanhas eleitorais ser entendidos como uma forma de policiamento musical? Como é que as pessoas são expostas a argumentos políticos e visões morais com melodias cativantes que tomam conta da mente dos eleitores, reconfigurando musicalmente o seu sentido de logos, ethos e pathos? Esta apresentação baseia-se num livro, em curso, que explora estas questões através de um estudo etnomusicológico de como o candidato de direita Jair Messias Bolsonaro usou a música para recrutar eleitores, no Brasil, durante as campanhas eleitorais de 2018 e 2022. Complemento este foco com uma discussão sobre como, por seu lado, os candidatos de esquerda Fernando Haddad e Luiz Inácio Lula da Silva usaram jingles para recrutar eleitores durante o mesmo período. Retrato também o contexto histórico mais amplo dos jingles no Brasil e combino a investigação histórica com análise musical e etnografia. Ao comparar como a música e os jingles foram usados em campanhas eleitorais, à esquerda e à direita, desafio as divisões estabelecidas entre “política musical” e “policiamento musical”, isto é, entre a música como uma forma de participação política e a música como uma ferramenta de manipulação política. O seminário decorrerá em inglês.
Kjetil Klette-Bøhler | Professor de Música e Cultura na Universidade do Sudeste da Noruega, trabalhou antes como Professor de Investigação Social na NOVA: Norwegian Social Research, Universidade Metropolitana de Oslo. Investiga música, cultura e política com foco em músicas de Cuba e do Brasil e músicas populares relacionadas com a Noruega, a Europa e os EUA. Klette-Bøhler publicou 40 artigos em revistas com revisão por pares e capítulos de livros, e coeditou os livros Citizenship and Social Exclusion (Routledge 2023, com Takle, Vedeler, Schoeyen e Eriksen) e Festivalpolitikk i endring (Vigmostad & Bjørke, 2023, com Takle, Henningsen, Dokken, Røberg og Knudsen). Os seus artigos foram publicados na Musical Quarterly, Twentieth Century Music, Latin American Music Review, Popular Music, Music Perception e Ethnomusicology Newsletter, entre outros. Coeditou também duas edições especiais relacionadas com a política afetiva no Journal of Extreme Anthropology. Atualmente, está a trabalhar no desenvolvimento de Jingles as Affective Politics para um livro.