“Virtudes nobiliárquicas em contexto ibérico: teoria e prática (entre o medievo e a modernidade)”
“Virtudes nobiliárquicas em contexto ibérico: teoria e prática (entre o medievo e a modernidade)” decorrerá nos dias 21 e 22 de novembro no Palácio Fronteira, Lisboa. O evento constitui um espaço de debate sobre esta temática no âmbito do projeto DEXVIR “De Excellentia: theory and praxis of virtue in the monarchy of Spain (15th-17th centuries)”. O projeto, com sede na Universidad Rey Juan Carlos (Madrid), é coordenado por José Antonio Guillén Berrendero e conta com a participação de dois investigadores do IEM (Miguel Metelo de Seixas e Paulo Catarino Lopes).
O escopo deste colóquio consiste, assim, em lançar as bases para uma reflexão sobre as relações entre virtude e nobreza. Tais relações têm como modelo o quadro teórico oriundo da Antiguidade clássica: já estavam decerto presentes na cultura grega, mas foi com a cultura romana que atingiram maior expressão. A aristocracia romana, com efeito, tanto no período republicano como, depois, no regime imperial, oscilou sempre entre uma fundamentação genealógica e uma fundamentação moral que permitissem justificar a sua existência enquanto segmento social privilegiado. O que importava mais: o sangue ou a virtude?
O quadro teórico e as práticas concretas da Roma clássica repercutiram-se ao longo da Idade Média e da Idade Moderna, adaptando-se a circunstâncias políticas e sociais muito diversificadas. Originaram-se, assim, diferentes modelos de nobreza e, bem assim, diversas classificações, funções e parâmetros sociais que a sustentavam. É esta diversidade que o presente colóquio pretende aquilatar, comparando a realidade e a produção teórica existentes nos reinos ibéricos, numa perspetiva diacrónica entre os tempos medievais e modernos.
Além da colaboração de base entre a Universidad Rey Juan Carlos e o IEM, este colóquio conta também com a participação da Fundação das Casas de Fronteira e Alorna enquanto instituição organizadora, sob a coordenação de Joel Moedas-Miguel. Lembremos, a este respeito, o quanto o criador da Fundação, D. Fernando Mascarenhas, 11.º marquês de Fronteira, se preocupou com esta mesma questão, que o levou a publicar o livro Sermão ao meu Sucessor – Notas para uma ética da sobrevivência.