Protagonistas

Especializado em epidemiologia, Bernardino António Gomes (1806-1877) estudou o cholera morbus, defendendo a teoria do contágio, tendo realizado o primeiro inquérito nacional sobre a lepra (1821). Médico da Casa Real, acompanhou o surto de febre tifoide que vitimou o rei D. Pedro V.
DGLAB/ANTT – “Busto do dr. Bernardino António Gomes (1930)”, Empresa Pública Jornal “O Século”.
Cota: PT/TT/EPJS/SF/001-001/0017/1109E
Médico no Hospital de São José, José Tomás de Sousa Martins (1843-1897) foi um dos defensores da medicina experimental. Ligado à profilaxia da tuberculose, promoveu as potencialidades dos sanatórios de montanha. Respeitado pela ação em prol dos doentes, a morte precoce tornou-o objeto de devoção popular.
CML/AML – “Monumento a Sousa Martins” (195-), fotografia de Judah Benoliel.
Cota: PT/AMLSB/CMLSBAH/PCSP/004/JBN/004884
Médico higienista, António de Almeida Garrett (1884-1961) esteve ligado ao combate de duas epidemias que atingiram o Porto em 1918-1919: o tifo exantemático e a pneumónica. Discípulo de Ricardo Jorge, participou na reforma dos serviços sanitários de 1927.
Cota do registo: IPA.00020014
Cota da fotografia: SIPA FOTO.00664269
Autor de Portugal Sanitário, Fernando da Silva Correia (1893-1966) defendeu princípios de medicina preventiva, como o veraneio e o desporto. Esteve ligado ao Instituto Nacional de Higiene Dr. Ricardo Jorge, desempenhando as funções de seu diretor entre 1946 e 1961.
IHC-NOVA FCSH – “Portugal Sanitário Revisitado” (2019), conferência proferida por Ismael Vieira.
O processo de profissionalização da enfermagem decorreu na dependência dos hospitais portugueses. Em 1881, criou-se a Escola dos Enfermeiros de Coimbra, a que se seguiram cursos mistos em Santo António (1896) e S. José (1901). Em contexto de pandemia estes profissionais foram indispensáveis no apoio e assistência aos doentes.
CML/AML – “Grupo de enfermeiros da Cruz Vermelha” (1900), fotografia de Alberto Carlos Lima.
Cota: PT/AMLSB/CMLSBAH/PS/003/01/0007
Os voluntários foram atores importantes, dedicados ao auxílio de doentes, pobres e órfãos. Foi o caso das damas-enfermeiras da Cruz Vermelha que, em 1918-1919, trabalharam nos hospitais provisórios, auxiliaram o transporte de doentes e administraram orfanatos temporários, como o orfanato da Ajuda.
DGLAB/ANTT – “Enfermeira da Cruz Vermelha. Lisboa” (1921), Empresa Pública Jornal “O Século”.
Cota: PT/TT/EPJS/SF/006/00784
Fundada em 1865 por José António Marques (1822-1884), como Comissão Portuguesa de Socorros a Feridos e Doentes Militares em Tempo de Guerra, a atual Cruz Vermelha Portuguesa foi uma das mais importantes instituições de assistência, apoio e tratamento de doentes. Além do apoio logístico a hospitais, assegurou o auxílio à população em contextos excecionais como os de pandemia, conflito e catástrofes naturais.
Cota: 7000595
A evolução da assistência, aliada a diagnósticos precisos e a terapêuticas eficazes, contribuíram para a melhoria do apoio aos doentes. Permitiu ainda atenuar o preconceito face às doenças contagiosas, particularmente evidente no caso da hanseníase (lepra). Ao isolamento e segregação impostos durante séculos, sucederam-se medidas que atualmente privilegiam a prevenção, através do recurso a antibióticos.
Cota: PT/TT/EPJS/SF/006/01760
Aos poucos reconheceram-se as vantagens associadas à participação proativa dos doentes no seu tratamento. Asseguraram-se direitos fundamentais, baseados na liberdade de escolha e no conhecimento informado. Estes foram os princípios orientadores do “consentimento informado”, documento aprovado pela Assembleia da República em 2001.
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- JORGE, Ricardo – Sousa Martins. Separata de Gazeta Medica do Porto. Porto:[s.n.], 1987. – Cota: BSC 4615 (BMSC – Doação Sottomayor Cardia)
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- SILVA, André Filipe Oliveira da – Físicos e cirurgiões medievais portugueses : contextos socioculturais, práticas e transmissão de conhecimentos (1192-1340). Lisboa: CITCEM, 2016. – Cota: HST 8615 (BMSC)
- SOARES, Daniela Almeida de Medeiros de Sousa – Os doentes de Machado-Joseph dos Açores num contexto de estigmatização social: diferentes realidades sociais da mesma doença. Lisboa: NOVA FCSH, 2004. Dissertação de mestrado em Sociologia. – Cota: T 2934 (BMSC)