Trazer a análise espacial para as Humanidades
Este curso vai ser lecionado na modalidade de ensino presencial
Objetivos
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Será feita uma apresentação aos alunos sobre os debates relativos às Humanidades Digitais e, particularmente, sobre as Humanidades Espaciais, ponderando os conceitos, as suas potencialidades e desafios. Conhecerão algumas das metodologias utilizadas, desenvolvendo uma perspetiva crítica de ferramentas para a visualização de dados espaciais nas Ciências Sociais e Humanidades. As ferramentas apresentadas permitirão diferentes abordagens, como a anotação de entidades espaciais em fontes textuais, a geolocalização, a criação de storymaps, e a produção de cartografia histórica com um Sistema de Informação Geográfica. No final do curso, os alunos desenvolverão um projeto de investigação de Humanidades Espaciais, refletindo sobre o processo e resultados alcançados.
Programa
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1. Abordagem teórica às Humanidades Digitais e às Humanidades Espaciais.
1.1 Introdução às Humanidades Digitais: conceito, evolução e estado da arte.
1.2 O spatial turn e as Humanidades.
1.3 Dos SIG históricos às Humanidades Espaciais.
1.4 Potencialidades e desafios das Humanidades Espaciais.
2. Ferramentas de análise espacial, aplicação prática e avaliação crítica.
2.1 Storymap.
2.1.1 Definição de um Storymap.
2.1.2 Como funciona um Storymap?
2.1.3 Tipos de informação.
2.1.4 Estruturação da narrativa.
2.1.5 Estruturação da componente espacial.
2.1.6 Criação de um Storymap na plataforma ArcGIS da ESRI.
2.2 Geolocalização.
2.2.1 Em que consiste a geolocalização?
2.2.2 Recolha de dados no terreno com OnaData.
2.2.3 Construção de uma colecção de dados.
2.2.4 Criação de um mapa com BatchGeo.
2.3 Anotação de entidades espaciais em fontes textuais.
2.3.1 Em que consiste a anotação semântica?
2.3.2 Transformação de uma fonte textual em formato digital.
2.3.3 O que é um dicionário geográfico (gazetteer)?
2.3.4 Anotação de entidades espaciais na plataforma Recogito.
2.3.5 Visualização e análise de dados espaciais na plataforma Recogito.
2.4 Sistema de Informação Geográfica (SIG).
2.4.1 Definição de um SIG.
2.4.2 Como funciona um SIG?
2.4.3 Tipo de dados e metadados.
2.4.4 Criação de um projeto em QGIS.
2.4.4.1 Recolha de dados espaciais.
2.4.4.2 Estruturação de dados espaciais.
2.4.4.3 Explorar, visualizar e analisar os dados espaciais.
3. Desenvolvimento de um projeto de investigação em Humanidades Espaciais.
Bibliografia
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- Alves, Daniel. 2014. «Introduction: Digital Methods and Tools for Historical Research». International Journal of Humanities and Arts Computing 8 (1): 1–12. https://doi.org/10.3366/ijhac.2014.0116.
- Bodenhamer, David J., John Corrigan, & Trevor M. Harris, eds. 2010. The spatial humanities: GIS and the future of humanities scholarship. Bloomington: Indiana University Press.
- Crymble, Adam. 2021. Technology and the Historian: Transformations in the Digital Age. Illinois: University of Illinois Press.
- Gregory, Ian N, and A. Geddes, eds. 2014. Toward Spatial Humanities: Historical GIS and Spatial History. Indianapolis: Indiana University Press.
- Warf, Barney, and Santa Arias, eds. 2009. The spatial turn: interdisciplinary perspectives. London: Routledge.
PROPINA
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Ver tabela em informações úteis.
docentes
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Alba Comino, possui uma grande paixão pelo estudo das manifestações culturais e a análise dos processos históricos, especialmente os relacionados com a identidade e memória humanas numa perspetiva de género e a aplicação de novas tecnologias. A formação académica distribui-se por duas áreas de conhecimento, a História e a Musicologia, com uma forte orientação para as Humanidades Digitais. Licenciada em História na Universidade de Múrcia, com especialização em Pré-História. Posteriormente, fez um mestrado em Arqueologia Aplicada e realizou a tese de doutoramento sobre o sítio arqueológico ibérico “La Luz”. Quanto à formação musical, é graduada em Bandolim pelo Conservatório de Múrcia e realizou um mestrado em Musicologia Histórica na Universidade de La Rioja. Durante o percurso académico, colaborou em diferentes projetos de investigação internacionais e interdisciplinares, nos quais desempenhou atividades relacionadas com a documentação, análise de materiais, edição de texto, entre outras. Além disso, possui um nível de conhecimento intermédio nas linguagens de programação R, Python e XML-TEI, assim como experiência na utilização de programas de edição de texto (Microsoft Office e LaTex), design gráfico (PhotoModeler, Adobe Photoshop, Gimp, Adobe Illustrator, Inkscape, Blender, AutoCAD, DraftSight e Agisoft Metashape), SIG (ArcGIS, QGIS e GvSIG), edição de música (MuseScore, Finale, Sibelius e Audacity), gestão de bases de dados (Excel, Access e Filemaker) e gestão de projetos e de trabalho em equipa (Slack, Trello e Miro). Considera que, atualmente, a tecnologia está presente em todos os domínios, destacando-se os perfis híbridos, já que a situação em que nos encontramos favorece o intercâmbio e a ligação com realidades diversas.
Joana Vieira Paulino é doutorada em História, com especialização em História Contemporânea, pela NOVA FCSH desde 2019. Neste ciclo estudou o abandono infantil em Lisboa e os reflexos do encerramento da roda dos expostos (1850-1910). É mestre na mesma área e pela mesma instituição, tendo desenvolvido a dissertação sobre a construção e eletrificação da Linha de Cascais. Atualmente, é investigadora júnior contratada no Laboratório de Humanidades Digitais do Instituto de História Contemporânea da NOVA FCSH. Nesta faculdade leciona na Licenciatura em História, no mestrado em Curadoria e Humanidades Digitais e no mestrado de Erasmus Mundus História na Esfera Pública.