ArTravel. Viagem e Arte Colonial na Cultura Contemporânea

2015-2022 (Pós-Doc SFRH/BPD/107783/2015)




Projeto financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, sediado na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

Objetivo
O objetivo principal é o de disponibilizar informações e artigos originais de autores nacionais e estrangeiros na área da Arte e da Viagem. A plataforma insere-se no domínio da História da Arte Contemporânea mas a sua razão fundamenta-se numa História que se desenvolve em paralelo com outros domínios do saber e que vão desde a Cultura Visual à Ciência Política e à História das Mentalidades, passando pela Artes Plásticas, Estudos Artísticos e Pós-Colonais, e direciona-se a estudantes, docentes, investigadores e profissionais que partilham interesses e preocupações nestas grandes áreas.

ArTravel. Viagem e Arte Colonial na Cultura Contemporânea
ArTravel. Viagem e Arte Colonial na Cultura Contemporânea é um projeto que parte da necessidade de refletir sobre o modo como a deslocação entre as antigas colónias portuguesas e a metrópole inspirou a criação de uma arte que se implantou não só no território nacional mas igualmente se estruturou a partir dessas províncias ultramarinas. Partindo da crescente visibilidade do tema a nível internacional, e enquadrando-se o projeto numa matriz sedimentada na História da Arte Contemporânea que tem em conta as especificidades da cultura nacional, propõe-se refletir sobre a triangulação Viagem – Criação Artística Colonial – Cultura Contemporânea, feita não só a partir do contexto geo-político europeu mas igualmente de perspetivas de uma mundivência autoral que permite a mudança de paradigma.

Pretende-se assim desenhar o Grand Tour da arte colonial repensando o desígnio da criação à luz de uma reflexão pós-moderna que percorra o império nacional e o seu regresso ao cais da Europa. Numa ação inter e multidisciplinar, tentar-se-á uma abordagem globalizante que permita encontrar linhas tangenciais com os demais impérios coloniais que atravessaram o século XX, integrando-os na moldura da arte contemporânea.

Frequentemente, Portugal definiu-se a partir das colónias ultramarinas e quando se perdeu o império perdeu-se uma certa identidade; daí que se procure repensar a produção artística dos portugueses no mundo, determinando o seu lugar na sociedade pós-colonial, privilegiando um olhar cruzado fundamentado a partir de uma produção disseminada por diversos continentes (África, Ásia e América) e a vários ritmos.

Centrando-se na necessidade de criar um paralelo com a arte produzida por outros poderes imperiais europeus, pretende-se articular uma investigação relacional que contemple o exemplo colonial português em âmbito transnacional. Tentar-se-á igualmente enquadrar e compreender a criação artística colonial na ida e volta ultramarina, ou seja, tenciona-se pensar e confrontar o périplo da arte d´aquém e d´além-mar. Isso significa que a análise se centrará a partir da relação centro/periferia, arte colonial/arte indígena e da circulação entre ambas, destacando-se a imagem que cada uma produziu em relação à outra. É que o primeiro e último império colonial europeu promoveu uma permuta cultural-artístico entre as possessões ultramarinas e a metrópole que provocou diálogos e confrontos que demonstram quão híbrida e profícua essa relação pôde ser, desenvolvendo-se em espelhos antonímicos onde cada uma delas precisou da outra para se definir.

O que distingue a abordagem enunciada é o facto de se propor interligar os discursos artísticos à luz do transnacionalismo do mundo global quer em relação à arte produzida em contexto colonial quer no que diz respeito às suas influências na cultura metropolitana e indígena.

Por outro lado, o papel de Portugal como primeiro império à escala global constitui uma base sólida e uma mais-valia que justifica um repensar à luz do novo milénio.

O projecto tem igualmente a intenção de correlacionar saberes com outros centros de investigação estrangeiros de modo a promover o debate académico e assim contribuir para a contextualização e difusão da arte portuguesa no mundo, abrindo novas perspectivas e ajudando a desenhar o fragmentário mosaico contemporâneo pós-colonial.

Investigação realizada no Centro de Humanidades (CHAM) da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa e Universidade dos Açores.

Projeto encerrado em Fevereiro de 2022.