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Título
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Criador
S/autor
Fonte
O Agricultor Micaelense, vol. 1, nº 18, pp. 312-314.
Data
06-1849
Colaborador
Leonardo Aboim Pires
Text Item Type Metadata
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Nenhuns interesses andam mais arriscados do que aqueles que dos laranjais derivam; e nenhuns avultam mais!
Não será pois injustiça pospor outras questões agrárias para a esta dedicarmos hoje exclusivamente o nosso espaço.
Cumpre ocupar a atenção pública, despertá-la, traze-la sempre alerta; é lícito desacertar no clamor, tudo é permitido no aperto do negócio, menos consentir que ela adormeça, porque só da sua indiferença é que podem nascer dos mais perniciosos danos. […]
A multidão dos insetos, só pelo seu grande número é que produz o enfraquecimento, e afinal a morte da Laranjeira; é isto, segundo parece, por dois diferentes motivos – pela absorção dos sucos, que deviam alimentar a nutrição da planta, e pela interrupção do contacto com o ar atmosférico, obstando assim a inspiração que as árvores fazem pelos poros da casca de gases necessários à sua existência. Aquele sorver continuo dos insetos determina o definhamento, e a exaustão da árvore; exaustão que todavia nunca se dá, tornamo-lo a repetir, senão quando o número deles é abundantíssimo.
Notemos agora que esta crosta de insetos, apesar da sua rápida multiplicação, não se forma em breve decurso. […] A força desta conclusão provem toda da caducidade das folhas, porque se não o fossem, chegariam ao fim de tempo de cobrir-se de uma tal quantidade de insetos que interromperiam de todo as suas importantes funções de nutrição, e trariam morte inevitável à planta.
Vejamos se seria possível isentar os troncos da prejudicial acumulação de insetos.
Não pudemos afirmar que seja isso factível, mas entendemos que seria digno de experimentar-se a eficacidade de uma mistura de cal, urina, e bosta, na consistência de tinta, e dada com uma brocha ou pincel de caiador, nos troncos e ramos infecionados. […]
O besunto [...] só começaria a desapegar-se com as chuvas do Inverno seguinte, aparecendo então o tronco verde e sadio.
Não será pois injustiça pospor outras questões agrárias para a esta dedicarmos hoje exclusivamente o nosso espaço.
Cumpre ocupar a atenção pública, despertá-la, traze-la sempre alerta; é lícito desacertar no clamor, tudo é permitido no aperto do negócio, menos consentir que ela adormeça, porque só da sua indiferença é que podem nascer dos mais perniciosos danos. […]
A multidão dos insetos, só pelo seu grande número é que produz o enfraquecimento, e afinal a morte da Laranjeira; é isto, segundo parece, por dois diferentes motivos – pela absorção dos sucos, que deviam alimentar a nutrição da planta, e pela interrupção do contacto com o ar atmosférico, obstando assim a inspiração que as árvores fazem pelos poros da casca de gases necessários à sua existência. Aquele sorver continuo dos insetos determina o definhamento, e a exaustão da árvore; exaustão que todavia nunca se dá, tornamo-lo a repetir, senão quando o número deles é abundantíssimo.
Notemos agora que esta crosta de insetos, apesar da sua rápida multiplicação, não se forma em breve decurso. […] A força desta conclusão provem toda da caducidade das folhas, porque se não o fossem, chegariam ao fim de tempo de cobrir-se de uma tal quantidade de insetos que interromperiam de todo as suas importantes funções de nutrição, e trariam morte inevitável à planta.
Vejamos se seria possível isentar os troncos da prejudicial acumulação de insetos.
Não pudemos afirmar que seja isso factível, mas entendemos que seria digno de experimentar-se a eficacidade de uma mistura de cal, urina, e bosta, na consistência de tinta, e dada com uma brocha ou pincel de caiador, nos troncos e ramos infecionados. […]
O besunto [...] só começaria a desapegar-se com as chuvas do Inverno seguinte, aparecendo então o tronco verde e sadio.
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Colecção
Citação
S/autor, “S/título”. In O Agricultor Micaelense, vol. 1, nº 18, pp. 312-314., 06-1849. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 26 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/115.