ASSUNTOS AGRÍCOLAS
Dublin Core
Título
ASSUNTOS AGRÍCOLAS
Criador
S/autor
Fonte
Damião de Goes, 11º Ano, nº 573, p. 1.
Data
20-12-1896
Colaborador
Leonardo Aboim Pires
Text Item Type Metadata
Text
Congresso do Black-Rot ou mal negro
Organizador pela Sociedade Agrícola de Gironde, realizou-se nos dias 7 e 8 do corrente, em Bordéus, sob a presidência de M. Jacques Piou, antigo deputado, o congresso do black-rot.
Eis as conclusões da decisão do congresso sobre o relatório de M. Vassilière, professor de agricultura de Gironde, feito em nome da comissão encarregada de visitar os vinhedos atacados pelo mal negro.
1ª – Excetuando as vinhas enfraquecidas pela velhice, pelas doenças parasitárias anteriores e pela falta de cultura durante muito tempo, a defesa contra o black-rot, nas vinhas cuja produção for abundante, é economicamente possível num ano em que as condições climatéricas sejam análogas à do presente.
Com contínuos tratamentos durante alguns anos, a defesa anualmente torna-se fácil e económica.
2ª – Até nova resolução, as preparações cúpricas e, entre elas, a calda bordalesa e a calda borgonhesa Leverdel, são as mais eficazes.
3ª – Na preparação de caldas é suficiente a dose na proporção de 2 a 3% de sulfato de cobre.
4ª – A proporção da base corresponde, cal ou soda, deve ser suficiente para obter um líquido sensivelmente neutro ou ligeiramente ácido.
5ª – Na mistura dos pós dominam os de enxofre e de cal, e especialmente os de cobre.
6ª – As condições essenciais para que este tratamento seja coroado de bom êxito, são as seguintes:
a) a disposição das cepas em alas, mantidas de preferência em fio de ferro, e o solo bem limpo para que o ar possa passar livremente.
b) a calda deve ser abundante e aplicada com muita minuciosidade, atingindo tanto quanto possível todos os órgãos da planta.
c) para que a cepa não fique sem proteção durante a sua ativa vegetação, o número de tratamento não deve, sem perigo, ser inferior a cinco, repartidos da seguinte maneira:
1º Quando os rebentos têm 5 a 10 centímetros de comprimento;
2º 15 a 20 dias depois do primeiro tratamento;
3º no fim da floração;
4º pouco mais ou menos 15 a 20 dias depois da floração;
5º 10 a 15 dias antes da época em que costuma aparecer o pulgão.
É de muita utilidade que nos anos húmidos ou em caso de grande invasão tardia se faça um sexto tratamento em 10 d’Agosto pouco mais ou menos.
7ª - Dá bons resultados o corte em Maio das folhas manchadas da primeira invasão, desde a sua aparição.
8ª – A conservação de um para o outro ano dos ramos secos nas cepas, é uma causa grave de contaminação da planta.
9ª – Conjuntamente com as análises de laboratório, devem as observações científicas e práticas, seguir-se com a mais escrupulosa atenção no próprio terreno, durante a vegetação até às vindimas, nos centros mais atacados do black-rot e particularmente nas proximidades de Nogaro (Gers), de Cognac (Charente), de Sainte-Radégou (Gironde), d’Aubin (Averyon), de Carbone (Haute-Garonne).
O congresso emitiu um parecer de que a administração superior da Agricultura nomeasse e retribuísse o pessoal necessário para as observações científicas e práticas e concorresse para as despesas da comissão.
Organizador pela Sociedade Agrícola de Gironde, realizou-se nos dias 7 e 8 do corrente, em Bordéus, sob a presidência de M. Jacques Piou, antigo deputado, o congresso do black-rot.
Eis as conclusões da decisão do congresso sobre o relatório de M. Vassilière, professor de agricultura de Gironde, feito em nome da comissão encarregada de visitar os vinhedos atacados pelo mal negro.
1ª – Excetuando as vinhas enfraquecidas pela velhice, pelas doenças parasitárias anteriores e pela falta de cultura durante muito tempo, a defesa contra o black-rot, nas vinhas cuja produção for abundante, é economicamente possível num ano em que as condições climatéricas sejam análogas à do presente.
Com contínuos tratamentos durante alguns anos, a defesa anualmente torna-se fácil e económica.
2ª – Até nova resolução, as preparações cúpricas e, entre elas, a calda bordalesa e a calda borgonhesa Leverdel, são as mais eficazes.
3ª – Na preparação de caldas é suficiente a dose na proporção de 2 a 3% de sulfato de cobre.
4ª – A proporção da base corresponde, cal ou soda, deve ser suficiente para obter um líquido sensivelmente neutro ou ligeiramente ácido.
5ª – Na mistura dos pós dominam os de enxofre e de cal, e especialmente os de cobre.
6ª – As condições essenciais para que este tratamento seja coroado de bom êxito, são as seguintes:
a) a disposição das cepas em alas, mantidas de preferência em fio de ferro, e o solo bem limpo para que o ar possa passar livremente.
b) a calda deve ser abundante e aplicada com muita minuciosidade, atingindo tanto quanto possível todos os órgãos da planta.
c) para que a cepa não fique sem proteção durante a sua ativa vegetação, o número de tratamento não deve, sem perigo, ser inferior a cinco, repartidos da seguinte maneira:
1º Quando os rebentos têm 5 a 10 centímetros de comprimento;
2º 15 a 20 dias depois do primeiro tratamento;
3º no fim da floração;
4º pouco mais ou menos 15 a 20 dias depois da floração;
5º 10 a 15 dias antes da época em que costuma aparecer o pulgão.
É de muita utilidade que nos anos húmidos ou em caso de grande invasão tardia se faça um sexto tratamento em 10 d’Agosto pouco mais ou menos.
7ª - Dá bons resultados o corte em Maio das folhas manchadas da primeira invasão, desde a sua aparição.
8ª – A conservação de um para o outro ano dos ramos secos nas cepas, é uma causa grave de contaminação da planta.
9ª – Conjuntamente com as análises de laboratório, devem as observações científicas e práticas, seguir-se com a mais escrupulosa atenção no próprio terreno, durante a vegetação até às vindimas, nos centros mais atacados do black-rot e particularmente nas proximidades de Nogaro (Gers), de Cognac (Charente), de Sainte-Radégou (Gironde), d’Aubin (Averyon), de Carbone (Haute-Garonne).
O congresso emitiu um parecer de que a administração superior da Agricultura nomeasse e retribuísse o pessoal necessário para as observações científicas e práticas e concorresse para as despesas da comissão.
Ficheiros
Colecção
Citação
S/autor, “ASSUNTOS AGRÍCOLAS”. In Damião de Goes, 11º Ano, nº 573, p. 1., 20-12-1896. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 27 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/1227.