ASSUNTOS AGRÍCOLAS
Dublin Core
Título
ASSUNTOS AGRÍCOLAS
Criador
S/autor
Fonte
Damião de Goes, 14º Ano, nº 704, p. 2.
Data
25-06-1899
Colaborador
Leonardo Aboim Pires
Text Item Type Metadata
Text
A altisa da vinha
(conclusão)
Meios de destruição
Dois ou três dias depois do nascimento das larvas, as folhas que as contêm distinguem-se facilmente; as partes roídas formam manchas amarelas que encaminham os trabalhadores a fazer a colheita rápida. Ao mesmo tempo que as primeiras folhas cobertas de larvas, é vantajoso, se o estado da vegetação o permite, colher também as situadas por cima, porque contem os ovos não chocados.
Estes diversos processos de destruição e quaisquer outros que seria muito longo enumerar aqui, podem tornar-se mais rápidos e mais eficazes pela habilidade dos encarregados de dirigir os trabalhos, que devem variar de meios segundo as circunstâncias e lugares.
Estes diferentes meios seriam muitas vezes suficientes se fossem empregados simultaneamente nas regiões invadidas.
A altisa tem alguns inimigos, ou seja, entre os insetos, ou entre as aves, mas esses inimigos parecem impotentes para retardar sensivelmente a propagação.
O percevejo azul alimenta-se de insetos perfeitos, d’ovos, de larvas de altisa, assim como de larvas de cochylis, aparecendo este precioso aliado ao mesmo tempo que a altisa nos abrigos do inverno.
Certos pássaros e a ave doméstica alimentam-se também mais ou menos; mas existe uma porção de vinha de dois hectares, em que vivem uma centena de galinhas ou de patos, que é também devastada pela altisa em sítio onde a ave não chega.
Um conhecimento mais completo dos hábitos do inseto facilitar-nos-ia os meios da sua destruição. Seria muito interessante e conveniente saber se a altisa é monofaga e, se não é, se ela tem em nossa região, as plantas que, além da vinha, lhe possam servir de alimentação. […]
O emprego dos tóxicos não tem até aqui dado melhores resultados contra a altisa do que contra a cochylis. No entanto, segundo o dr. Trabut, seria neste momento com a posse d’um cogumelo parasita de vários insetos, que teria dado já contra a altisa, sobretudo em Algeria, resultados assaz satisfatórios.
Este cogumelo (sporotrichum globuliferum) desenvolve-se sobre o corpo do inseto debaixo da forma de bolor-branco e causa-lhe a morte. Poder-se-ia tentar a experiência com os abrigos do inverno como meio de contaminação. É igualmente possível que as larvas da altisa uma vez parasitas pudessem também contaminar as da cochylis que se encontram nos cachos no momento da floração, mas isto não passa d’uma esperança.
(conclusão)
Meios de destruição
Dois ou três dias depois do nascimento das larvas, as folhas que as contêm distinguem-se facilmente; as partes roídas formam manchas amarelas que encaminham os trabalhadores a fazer a colheita rápida. Ao mesmo tempo que as primeiras folhas cobertas de larvas, é vantajoso, se o estado da vegetação o permite, colher também as situadas por cima, porque contem os ovos não chocados.
Estes diversos processos de destruição e quaisquer outros que seria muito longo enumerar aqui, podem tornar-se mais rápidos e mais eficazes pela habilidade dos encarregados de dirigir os trabalhos, que devem variar de meios segundo as circunstâncias e lugares.
Estes diferentes meios seriam muitas vezes suficientes se fossem empregados simultaneamente nas regiões invadidas.
A altisa tem alguns inimigos, ou seja, entre os insetos, ou entre as aves, mas esses inimigos parecem impotentes para retardar sensivelmente a propagação.
O percevejo azul alimenta-se de insetos perfeitos, d’ovos, de larvas de altisa, assim como de larvas de cochylis, aparecendo este precioso aliado ao mesmo tempo que a altisa nos abrigos do inverno.
Certos pássaros e a ave doméstica alimentam-se também mais ou menos; mas existe uma porção de vinha de dois hectares, em que vivem uma centena de galinhas ou de patos, que é também devastada pela altisa em sítio onde a ave não chega.
Um conhecimento mais completo dos hábitos do inseto facilitar-nos-ia os meios da sua destruição. Seria muito interessante e conveniente saber se a altisa é monofaga e, se não é, se ela tem em nossa região, as plantas que, além da vinha, lhe possam servir de alimentação. […]
O emprego dos tóxicos não tem até aqui dado melhores resultados contra a altisa do que contra a cochylis. No entanto, segundo o dr. Trabut, seria neste momento com a posse d’um cogumelo parasita de vários insetos, que teria dado já contra a altisa, sobretudo em Algeria, resultados assaz satisfatórios.
Este cogumelo (sporotrichum globuliferum) desenvolve-se sobre o corpo do inseto debaixo da forma de bolor-branco e causa-lhe a morte. Poder-se-ia tentar a experiência com os abrigos do inverno como meio de contaminação. É igualmente possível que as larvas da altisa uma vez parasitas pudessem também contaminar as da cochylis que se encontram nos cachos no momento da floração, mas isto não passa d’uma esperança.
Ficheiros
Colecção
Citação
S/autor, “ASSUNTOS AGRÍCOLAS”. In Damião de Goes, 14º Ano, nº 704, p. 2., 25-06-1899. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 30 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/1279.