ASSUNTOS AGRÍCOLAS
Dublin Core
Título
ASSUNTOS AGRÍCOLAS
Criador
S/autor
Fonte
Damião de Goes, 14º Ano, nº 729, p. 2.
Data
17-12-1899
Colaborador
Leonardo Aboim Pires
Text Item Type Metadata
Text
A clorose e o seu tratamento
A clorose ou amarelidão das folhas das cepas é devida a uma má nutrição. Pode ser determinada por excessiva humidade, por frios tardios ou pela constituição física do solo. Nos dois primeiros casos é passageia, desaparece com os primeiros calores.
Não sucede infelizmente o mesmo quando provem da natureza do solo. É sobretudo nos terrenos calcários que a clorose se manifesta com maior intensidade.
Tem sido ensaiados vários remédios para combater este mal, mas o único que tem dado resultados é o sulfato de ferro.
Emprega-se de diversas maneiras:
Em volta do pé da cepa, em cristais ou em solução; pintura logo depois da poda; pulverização das folhas no estio.
Em volta do pé de cada cepa espalha-se 200 a 500 gramas e até mesmo um kilograma de sulfato de ferro em pó ou em cristais; pode-se também regar a cepa com alguns litros d’uma solução a 1%.
Empregado deste forma dá melhores resultados; a água, levando o sulfato até mesmo às raízes determina uma absorção mais fácil.
Contudo estes dois modos de operar nem sempre têm dado resultados satisfatórios; são além disso muito dispendiosas. A pintura das partes cortadas logo em seguida à poda, é muito mais eficaz. Esta operação deve ser praticada no fim de Outubro ou no princípio de Novembro, antes da supressão completa da vegetação.
As pinturas para terem utilidade devem ser feitas até aos primeiros frios; podem continuar na primavera antes do desenvolvimento dos gomos. Os tratamentos de primavera, ainda que menos ativos, são também recomendáveis.
[…]
Apesar de alguma deceções que tem causado, a pintura com sulfato de ferro, judiciosamente aplicada, é muito recomendável.
Tem-se notado que a mortalidade das cepas é tanto maior quanto mais cedo é feito o tratamento, ou quanto mais concentradas são as soluções.
Para evitar estes acidentes, devem as pinturas começar no momento da queda das folhas, de maneira a tratar a cepa perfeitamente sazonada, resistindo assim melhor a ação nociva da solução de sulfato.
As doses de sulfato de ferro a empregar não exceder 25 a 30% para as vinhas de 3 a 4 anos, e 30 a 35% para as vinhas mais velhas. Excecionalmente deverá fazer-se uso de soluções a 40% para as vinhas muito atacadas de clorose.
Os tratamentos feitos com estas doses têm dado bons resultados sem perda das varas nem das cepas. Se um primeiro tratamento a 25% ou 30% não dá resultado satisfatório, recomeça-se no ano seguinte, com dose mais forte.
Preparam-se as soluções, fazendo dissolver o sulfato de ferro em água. Ativa-se a dissolução suspendendo-se num recipiente de madeira, uma celha ou uma tina velha, por exemplo, contendo 100 litros d’água, um saco com 25, 30, 35 ou 40 kilos de sulfato de ferro, conforme a dose a empregar. No fim de 24 horas a solução pronta. […]
É esta a opinião do sr. J. Artigala, agrónomo francês.
A clorose ou amarelidão das folhas das cepas é devida a uma má nutrição. Pode ser determinada por excessiva humidade, por frios tardios ou pela constituição física do solo. Nos dois primeiros casos é passageia, desaparece com os primeiros calores.
Não sucede infelizmente o mesmo quando provem da natureza do solo. É sobretudo nos terrenos calcários que a clorose se manifesta com maior intensidade.
Tem sido ensaiados vários remédios para combater este mal, mas o único que tem dado resultados é o sulfato de ferro.
Emprega-se de diversas maneiras:
Em volta do pé da cepa, em cristais ou em solução; pintura logo depois da poda; pulverização das folhas no estio.
Em volta do pé de cada cepa espalha-se 200 a 500 gramas e até mesmo um kilograma de sulfato de ferro em pó ou em cristais; pode-se também regar a cepa com alguns litros d’uma solução a 1%.
Empregado deste forma dá melhores resultados; a água, levando o sulfato até mesmo às raízes determina uma absorção mais fácil.
Contudo estes dois modos de operar nem sempre têm dado resultados satisfatórios; são além disso muito dispendiosas. A pintura das partes cortadas logo em seguida à poda, é muito mais eficaz. Esta operação deve ser praticada no fim de Outubro ou no princípio de Novembro, antes da supressão completa da vegetação.
As pinturas para terem utilidade devem ser feitas até aos primeiros frios; podem continuar na primavera antes do desenvolvimento dos gomos. Os tratamentos de primavera, ainda que menos ativos, são também recomendáveis.
[…]
Apesar de alguma deceções que tem causado, a pintura com sulfato de ferro, judiciosamente aplicada, é muito recomendável.
Tem-se notado que a mortalidade das cepas é tanto maior quanto mais cedo é feito o tratamento, ou quanto mais concentradas são as soluções.
Para evitar estes acidentes, devem as pinturas começar no momento da queda das folhas, de maneira a tratar a cepa perfeitamente sazonada, resistindo assim melhor a ação nociva da solução de sulfato.
As doses de sulfato de ferro a empregar não exceder 25 a 30% para as vinhas de 3 a 4 anos, e 30 a 35% para as vinhas mais velhas. Excecionalmente deverá fazer-se uso de soluções a 40% para as vinhas muito atacadas de clorose.
Os tratamentos feitos com estas doses têm dado bons resultados sem perda das varas nem das cepas. Se um primeiro tratamento a 25% ou 30% não dá resultado satisfatório, recomeça-se no ano seguinte, com dose mais forte.
Preparam-se as soluções, fazendo dissolver o sulfato de ferro em água. Ativa-se a dissolução suspendendo-se num recipiente de madeira, uma celha ou uma tina velha, por exemplo, contendo 100 litros d’água, um saco com 25, 30, 35 ou 40 kilos de sulfato de ferro, conforme a dose a empregar. No fim de 24 horas a solução pronta. […]
É esta a opinião do sr. J. Artigala, agrónomo francês.
Ficheiros
Colecção
Citação
S/autor, “ASSUNTOS AGRÍCOLAS”. In Damião de Goes, 14º Ano, nº 729, p. 2., 17-12-1899. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 30 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/1286.