ASSUNTOS AGRÍCOLAS
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Título
ASSUNTOS AGRÍCOLAS
Criador
S/autor
Fonte
Damião de Goes, 17º Ano, nº 865, p. 1.
Data
27-07-1902
Colaborador
Leonardo Aboim Pires
Text Item Type Metadata
Text
São aterradoras, o mais possível, as notícias que de toda a parte temos recebido acerca do estado atual das vinhas.
O míldio tem resistido aos tratamentos, desenvolvendo-se com uma rapidez extraordinária, e causando incalculáveis prejuízos.
De dia para dia se nota diferença nas vinhas, especialmente nas que não foram tratadas.
O oídio, que nos anos anteriores poupou as vinhas desta região, apareceu este ano por muitas partes, prejudicando a colheita.
É desanimador, quando pode ser, o aspeto das vinhas, que estamos acostumados a ver frondosas e belas, e que hoje se apresentam com um tal aspeto que causa tristeza até aqueles que nenhum interesse têm ligado à sua cultura.
Pode dizer-se, sem exagerar, que mais de metade da colheita está comprometida neste concelho, devendo a produção ser menos de metade da do ano passado.
*
No meio de tanta desolação, causada pelas terríveis doenças criptogâmicas, encontram-se algumas vinhas que apresentam um aspeto encantador, não parecendo que por elas tenham passado os males que destruíram outras vinhas.
Entre outros citaremos as vinhas dos srs. D. António de Siqueira (S. Martinho), Victorino dos Santos Pereira e Filipe Gomes Correia.
Sabemos que há outras também em boas condições.
Para manter as vinhas com bom aspeto e salvar a novidade ou a maior parte dela, têm os seus proprietários sustentando uma luta titânica, sulfatando-as constantemente, sem descanso e sem se pouparem a despesas.
Nem todos o podem fazer, porque não têm meios para custear as grandes despesas que é preciso fazer com as contínuas sulfatagens e enxofrações.
Este ano foi terrível para a vinha, e veio demonstrar, por uma forma a não deixar a menor dúvida, a eficácia do emprego do sulfato de cobre para evitar o desenvolvimento do míldio.
Quem não tratou as vinhas, nada colheu; quem fez um ou dois tratamentos ainda salvou parte da colheita, e quem tratou eficazmente, conseguiu salvar a vinha e a colheita.
No meio das vinhas completamente perdidas, encontra-se uma ou outra com magnifico aspeto, cheia de vida, coberta de parras e com muitos cachos, porque foi convenientemente tartada.
Ninguém hoje pode duvidar de que o emprego de sulfato é indispensável para conservar as vinhas e preserva-las das terríveis doenças.
O míldio tem resistido aos tratamentos, desenvolvendo-se com uma rapidez extraordinária, e causando incalculáveis prejuízos.
De dia para dia se nota diferença nas vinhas, especialmente nas que não foram tratadas.
O oídio, que nos anos anteriores poupou as vinhas desta região, apareceu este ano por muitas partes, prejudicando a colheita.
É desanimador, quando pode ser, o aspeto das vinhas, que estamos acostumados a ver frondosas e belas, e que hoje se apresentam com um tal aspeto que causa tristeza até aqueles que nenhum interesse têm ligado à sua cultura.
Pode dizer-se, sem exagerar, que mais de metade da colheita está comprometida neste concelho, devendo a produção ser menos de metade da do ano passado.
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No meio de tanta desolação, causada pelas terríveis doenças criptogâmicas, encontram-se algumas vinhas que apresentam um aspeto encantador, não parecendo que por elas tenham passado os males que destruíram outras vinhas.
Entre outros citaremos as vinhas dos srs. D. António de Siqueira (S. Martinho), Victorino dos Santos Pereira e Filipe Gomes Correia.
Sabemos que há outras também em boas condições.
Para manter as vinhas com bom aspeto e salvar a novidade ou a maior parte dela, têm os seus proprietários sustentando uma luta titânica, sulfatando-as constantemente, sem descanso e sem se pouparem a despesas.
Nem todos o podem fazer, porque não têm meios para custear as grandes despesas que é preciso fazer com as contínuas sulfatagens e enxofrações.
Este ano foi terrível para a vinha, e veio demonstrar, por uma forma a não deixar a menor dúvida, a eficácia do emprego do sulfato de cobre para evitar o desenvolvimento do míldio.
Quem não tratou as vinhas, nada colheu; quem fez um ou dois tratamentos ainda salvou parte da colheita, e quem tratou eficazmente, conseguiu salvar a vinha e a colheita.
No meio das vinhas completamente perdidas, encontra-se uma ou outra com magnifico aspeto, cheia de vida, coberta de parras e com muitos cachos, porque foi convenientemente tartada.
Ninguém hoje pode duvidar de que o emprego de sulfato é indispensável para conservar as vinhas e preserva-las das terríveis doenças.
Ficheiros
Colecção
Citação
S/autor, “ASSUNTOS AGRÍCOLAS”. In Damião de Goes, 17º Ano, nº 865, p. 1., 27-07-1902. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 27 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/1306.