Crónica agrícola-científica
Dublin Core
Título
Crónica agrícola-científica
Criador
S/autor
Fonte
O Manuelinho de Évora, Ano III, nº 100, p. 1.
Data
19-12-1882
Colaborador
Leonardo Aboim Pires
Text Item Type Metadata
Text
A comissão filoxérica do sul fez encomenda de 230 kilogramas, proximamente, de sementes americanas, que são principalmente das seguintes variedades: Riparias selvagens, Rupestres, York Mandeira, Jacquez, Clinton, Taylor, Elvira, Maion, Cuninhgam. A encomenda foi feita aos fornecedores americanos Bush e Mennier, e aos franceses Laliman Morlot, Lenhardt, e outros.
Estas sementes não se obtém, como muitos pensam, em grandes quantidades. As fornecidas pelos viveiristas ordinários, às vezes num kilograma não contem 20 sementes úteis. É por isso que o preço é muito vário, e não é para admirar que varie entre 5 e 50. O meio mais seguro de as obter em boas condições, é mandá-las vir da América.
A comissão, como é de supor, poe todo o cuidado em fazer aquisição de sementes de excelente qualidade, mas por isso mesmo não poderá fazer larga distribuição a cada viticultor que as deseje utilizar.
A comissão mandou indicar em umas pequenas cartas concelhias de Portugal as diferentes nódoas filoxéricas, sendo fácil deste modo reconhecer prontamente a extensão do mal em o nosso país e as regiões atacadas. Desta carta filoxérica vê-se que há no solo do Douro muitos vinhedos invadidos e quási todos pelas plantas saídas dos viveiros do Porto. Na circunscrição do sul os 1430,5 hectares afetados têm ainda muitas vinhas não atacadas e o tratamento pelo sulfureto de carbone é em pequena escala, mas deve neste ano desenvolver-se muito.
O plano desta comissão é o seguinte: empregar os inseticidas, sulfureto de carbone; marcar os terrenos suscetíveis de submersão; introduzir cepas resistentes, semeando grainhas nos viveiros distritais, e distribuindo-as aos viticultores, e aos mesmo tempo propagar as cepas por bacelos se o governo assim o permitir, à semelhança do que se pratica em França, transportando bacelos de regiões indemnes. Esta propagação é muito precisa para prontamente se conseguirem cavalos para a enxertia. O aproveitamento das cepas por sementeira é sempre mais moroso e pode folhar Às vezes por atavismo, ou por má escolha das sementes.
Segundo ouvimos, o governo autorizou o estabelecimento de postos filoxéricos em Ourém ou Tomar, Santarém e Leiria.
Estas sementes não se obtém, como muitos pensam, em grandes quantidades. As fornecidas pelos viveiristas ordinários, às vezes num kilograma não contem 20 sementes úteis. É por isso que o preço é muito vário, e não é para admirar que varie entre 5 e 50. O meio mais seguro de as obter em boas condições, é mandá-las vir da América.
A comissão, como é de supor, poe todo o cuidado em fazer aquisição de sementes de excelente qualidade, mas por isso mesmo não poderá fazer larga distribuição a cada viticultor que as deseje utilizar.
A comissão mandou indicar em umas pequenas cartas concelhias de Portugal as diferentes nódoas filoxéricas, sendo fácil deste modo reconhecer prontamente a extensão do mal em o nosso país e as regiões atacadas. Desta carta filoxérica vê-se que há no solo do Douro muitos vinhedos invadidos e quási todos pelas plantas saídas dos viveiros do Porto. Na circunscrição do sul os 1430,5 hectares afetados têm ainda muitas vinhas não atacadas e o tratamento pelo sulfureto de carbone é em pequena escala, mas deve neste ano desenvolver-se muito.
O plano desta comissão é o seguinte: empregar os inseticidas, sulfureto de carbone; marcar os terrenos suscetíveis de submersão; introduzir cepas resistentes, semeando grainhas nos viveiros distritais, e distribuindo-as aos viticultores, e aos mesmo tempo propagar as cepas por bacelos se o governo assim o permitir, à semelhança do que se pratica em França, transportando bacelos de regiões indemnes. Esta propagação é muito precisa para prontamente se conseguirem cavalos para a enxertia. O aproveitamento das cepas por sementeira é sempre mais moroso e pode folhar Às vezes por atavismo, ou por má escolha das sementes.
Segundo ouvimos, o governo autorizou o estabelecimento de postos filoxéricos em Ourém ou Tomar, Santarém e Leiria.
Ficheiros
Colecção
Citação
S/autor, “Crónica agrícola-científica”. In O Manuelinho de Évora, Ano III, nº 100, p. 1., 19-12-1882. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 30 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/1372.